O Orçamento de 2025 prevê a maior verba para reajuste salarial de servidores do Poder Executivo desde 2013. A conclusão foi de um levantamento feito pelo jornal O Globo, que analisou as leis orçamentárias anuais atualizadas pela inflação.
Para o próximo ano, o governo propõe que R$ 20,1 bilhões sejam reservados para a concessão de aumento aos funcionários federais, após ter fechado mais de 40 acordos com diversas categorias até o ano de 2026.
Antes, o maior Orçamento do tipo foi aprovado em 2013, no governo Dilma Rousseff (PT). Naquele ano, R$ 21 bilhões foram destinados ao aumento salarial de funcionários federais.
Com isso, no ano que vem será possível o ingresso de mais 4,6 mil servidores no Executivo federal. O número não considera professores, que seguem uma dinâmica própria de ingresso no serviço público.
Reajustes são pauta antiga
Esse é o primeiro reajuste nos ganhos dos servidores em oito anos. Os últimos aumentos aconteceram em 2016, tendo sido parte acertados pelo governo Dilma e autorizados durante a gestão Michel Temer.
Porém, o percentual desse aumento pode ser alvo de questionamento. Levantamento também feito pelo O Globo mostra que as despesas totais de pessoal da União aumentarão 10,5%, saindo de R$ 373,7 bilhões neste ano para R$ 413,1 bilhões no ano que vem. O percentual nominal seria o maior em mais de uma década.
O governo não divulgou o percentual médio de reajuste para os servidores civis. Para militares, o espaço é de R$ 3,05 bilhões, o suficiente para um reajuste de 4,5% no ano que vem. Há ainda R$ 303 milhões para um bônus de eficiência de auditores do trabalho.
Em nota enviada ao jornal, o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) disse que a folha salarial do Executivo representava 2,68% do PIB em 2022. Caiu para 2,61% em 2023 e para 2,48% em 2024. No ano que vem ficará em 2,59% do PIB.
“Esses valores previstos para 2025 estão dentro de parâmetros compatíveis com o novo regime fiscal sustentável e as metas fiscais estabelecidas até o final do mandato deste governo”, afirmou a pasta.
Economistas, porém, acreditam que o aumento pode virar uma “bola de neve” para orçamentos futuros, não só os de 2025 e 2026.
Terra