Após o anúncio da redução do teto de juros no crédito consignado para o funcionalismo federal, um especialista fez, a pedido do EXTRA, simulações que consideraram empréstimos nos valores de R$ 3 mil, R$ 5 mil, R$ 8 mil e R$ 10 mil. O corte na taxa máxima — de 2,05% para 1,80% ao mês, como anunciado pelo Ministério da Gestão e da Inovação de Serviços Públicos (MGI) nesta quarta-feira — pode beneficiar 1,5 milhão de servidores públicos da União.
Este novo teto deverá ser aplicado por cooperativas de crédito, instituições financeiras e entidades de previdência complementar que concedem empréstimos à categoria. Somente no Rio de Janeiro, cerca de 160.926 servidores serão beneficiados, sendo 87 mil ativos e 73.700 aposentados.
Nas simulações, o especialista considerou consignados de R$ 3 mil, R$ 5 mil, R$ 8 mil e R$ 10 mil, tendo como prazo máximo de pagamento 72 meses. Na comparação entre as taxas (a antiga, de 2,05%, e a nova, de 1,80%), a economia mensal ao funcionário público pode variar de R$ 15 a R$ 51. Já no longo prazo, considerando os 72 meses, o servidor pode poupar de R$ 1 mil a R$ 3.740.
Novo teto
O teto de 1,80% ao mês não se aplica às modalidades de cartão consignado de benefício e cartão de crédito. Nos dois casos, uma outra portaria conjunta da pasta com o Ministério da Fazenda vai definir os critérios. A limitação vale às operações de crédito com desconto em folha destinadas a servidores federais ativos, aposentados, pensionistas e empregados públicos da administração federal direta, autarquias e fundações, assim como a anistiados políticos.
As instituições financeiras terão um prazo de até cinco dias para adequarem seus sistemas à nova taxa máxima fixada de acordo com a Portaria 7.588. As mudanças, de acordo com o MGI, “tem como objetivo contribuir para uma vida mais digna e equilibrada financeiramente para esse público”.
Veja simulações
Empréstimo de R$ 3 mil, com pagamento realizado em 72 meses:
- Parcela com juros de 2,05% ao mês – R$ 90,25;
- Parcela com juros de 1,80% ao mês – R$ 74,67;
Diferença (economia) ao final do contrato: R$ 1.122,10.
Empréstimo de R$ 5 mil, com pagamento realizado em 72 meses:
- Parcela com juros de 2,05% ao mês – R$ 150,42;
- Parcela com juros de 1,80% ao mês – R$ 124,45;
Diferença (economia) ao final do contrato: R$ 1.870,17.
Empréstimo de R$ 8 mil, com pagamento realizado em 72 meses:
- Parcela com juros de 2,05% ao mês – R$ 240,68;
- Parcela com juros de 1,80% ao mês – R$ 199,11;
Diferença (economia) ao final do contrato: R$ 2.992,27.
Empréstimo de R$ 10 mil, com pagamento realizado em 72 meses:
- Parcela com juros de 2,05% ao mês – R$ 300,84;
- Parcela com juros de 1,80% ao mês – R$ 248,89;
Diferença (economia) ao final do contrato: R$ 3.740,34.
Cuidados antes da contratação
Ainda que seja positiva a fixação do teto, o servidor deve pensar bem antes de contratar o empréstimo para evitar o endividamento, segundo o especialista consultado pela reportagem. Ricardo Macedo, economista e professor da Facha, esclarece que a ideia do consignado com baixas taxas de juros é justamente conceder ao servidor ou ao aposentado melhores condições de financiamento.
– Levando em consideração somente com o custo da redução de juros, já é possível notar uma redução significativa no desembolso que o servidor terá que fazer – diz Macedo: — E a poupança se torna cada vez mais notória à medida que aumentamos o valor do empréstimo.
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