Trabalhadores brasileiros estarão unidos, nesta quinta-feira (22), em torno do Dia Nacional de Mobilização. Atos serão realizados, nos mais diversos estados, em defesa da aposentadoria e contra a reforma da Previdência que o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), quer implementar. E os servidores federais também estarão mobilizados. A Condsef/Fenadsef soma esforços à CUT e a mais oito centrais sindicais e convoca os sindicatos filiados e os servidores públicos para os atos.
A atividade é a primeira mobilização dos trabalhadores após o resultado da eleição que deu vitória a Jair Bolsonaro (PSL). Depois de fracassar em sua articulação, o futuro presidente desistiu de aprovar a reforma da Previdência ainda durante o governo Michel Temer (MDB), mas já deu diversas declarações de que essa será uma prioridade já no início do seu governo.
É sabido também que o seu todo poderoso ministro da economia, Paulo Guedes, quer implantar um regime da Previdência ainda pior do que o proposto por Temer. A equipe dele pretende optar pelo modelo de capitalização que levou os trabalhadores e trabalhadoras chilenos à miséria. Muitos não conseguiram se aposentar depois da adoção do modelo que aconteceu no período da ditadura do ex-presidente Algusto Pinochet.
“Mesmo com Bolsonaro desistindo de debater a reforma com o Congresso Nacional ainda esse ano, não iremos baixar a guarda. Não podemos permitir que eles acabem com a Previdência Social brasileira. Nos últimos 30 anos, já foram realizadas seis reformas da Previdência. Todas para retirar direito dos trabalhadores. É uma média de uma reforma a cada cinco anos. Quando sabemos que o problema não são os direitos adquiridos pelos trabalhadores, mas as fraudes, a sonegação e as isenções”, destacou o secretário geral da Condsef/Fenadsef, Sérgio Ronaldo.
Michel Temer não conseguiu aprovar a sua reforma devido à pressão da classe trabalhadora que fez a maior greve da história do país, em abril do ano passado. Com a greve, os trabalhadores conseguiram barrar a aprovação do projeto de lei que pretendia alterar o sistema de Seguridade Social, conquistado em 1988, como resultado de décadas de luta. Agora, a classe trabalhadora voltará a se unir.
Além dos atos, a Condsef/Fenadsef está orientando a todas as entidades sindicais filiadas e aos servidores federais a retomar a campanha nacional em defesa da Previdência. Para isso, devem ser criados comitês populares em cada cidade, envolvendo os sindicatos, os movimentos sociais e as prefeituras num amplo processo de debate e mobilização contra a reforma da previdência.
Também deve ser retomada a pressão, na base eleitoral dos deputados federais eleitos, para que votem contra a reforma. A divulgação de material de propaganda contra a reforma, por meio de panfletagens e de mensagens nas redes sociais, é outra prioridade.
Por Condsef/Fenadsef.