
Em assembleia realizada na manhã desta segunda-feira (28), os trabalhadores da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no Amazonas rejeitaram, por unanimidade, a proposta de Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) apresentada pela empresa para o período 2024/2025. Mais de 50 empregados participaram da reunião, realizada no auditório da empresa, na Avenida Ministro Mário Andreazza, Distrito Industrial I.
A proposta de reajuste salarial de 2,97% e de 4,52% no auxílio-alimentação, retroativos a setembro de 2024, foi amplamente considerada insuficiente pelos presentes. Outro ponto que gerou forte rejeição foi a possibilidade de reajuste na remuneração e ressarcimento de plano de saúde apenas para trabalhadores comissionados, o que também foi votado contra de forma unânime.
A assembleia foi coordenada pelo secretário-geral do Sindsep-AM, Walter Matos, pela representante dos trabalhadores na comissão de negociação, Glória da Cruz, pelo presidente da Asnab, Francisco Ferreira, e contou ainda com a presença do secretário de Cultura e Movimentos Sindicais do Sindsep-AM, Edivaldo Machado.
Durante a assembleia, Walter Matos destacou a importância da organização coletiva e o papel da mobilização dos trabalhadores neste momento decisivo das negociações. “Agora vamos remeter para a Comissão Nacional dos Trabalhadores e aguardar o resultado das assembleias nos estados. O prazo é até esta terça–feira (29)”, afirmou.
“Se a proposta vencer, ela começa a valer a partir de 1º de setembro. Se não for, ou vai para o dissídio, ou o trabalhador fica sem acordo coletivo. Vai ficar prorrogando. Esse AC de 2024 já sofreu várias prorrogações. Então, se não for votado favoravelmente, deve abrir dissídio coletivo. O nosso papel é coordenar, é buscar mobilizar para que os trabalhadores estejam participando, ou seja, tenham direito a voz e voto”, acrescentou.

Rejeição total
Francisco Ferreira, presidente da Asnab, também criticou a proposta apresentada pela empresa e defendeu o princípio da igualdade de tratamento entre todos os trabalhadores da Conab. Ele ressaltou que o repasse para comissionados, em especial, foi um dos pontos que mais indignou a categoria.
“A proposta foi rejeitada, 100% de rejeição, porque não é admissível que a gente favoreça uns e outros tenham que pagar por isso. É como falaram na assembleia, isso não é reajuste, é repasse para alguns”, afirmou Francisco.
O dirigente também destacou a importância da decisão democrática e a expectativa de que a maioria das assembleias estaduais siga a mesma linha. “Vamos esperar que todas as unidades da federação também rejeitem. Foi proposto 80% de reajuste pelo INPC, mas a categoria pede 100%. Entendemos que a decisão de hoje foi a melhor a ser tomada”, completou.
Após a decisão pelas assembleias estaduais, a expectativa é que o resultado nacional seja consolidado pela Condsef/Fenadsef e Asnab, entidades que representam os trabalhadores em âmbito nacional. Caso a maioria das assembleias rejeite a proposta, o caminho esperado é que se busque a mediação do Tribunal Superior do Trabalho (TST) ou a instauração de dissídio coletivo.

Ascom/Sindsep-AM