Os tempos atuais de guerra, no Oriente Médio, na Europa- Ásia, África (sim, não esqueçamos do Congo), e o 8 de Março, nos leva ao “alvo patriarcal”= uma bomba nunca está perdida em relação às mulheres. Elas sempre são atingidas, direta ou indiretamente, seja em seus corpos ou pelos corpos de seus filhos.
São bombas reais, que estupram, ferem, mutilam, matam, ou “bombas subjetivas”, que assediam, reduzem ou eliminam meios de sobrevivência.
As guerras, como produto do capitalismo, potencializam a desigualdade de gênero e multiplicam a jornada das mulheres nos cuidados sociais.
A geopolítica mundial – eurocêntrica e capitalista, machista, racista e homofóbica – continua esmagando a vida, os sonhos, as conquistas das mulheres.
Nenhuma alusão, celebração, comemoração, de uma data como o Dia Internacional da Mulher, deveria ter sentido sem considerar essa perspectiva de gênero em relação às guerras. Muito menos sem considerar o genocídio promovido pelo governo sionista na faixa de Gaza, que tem vitimado, sobretudo, mulheres e crianças.
Por isso, a Condsef/ Fenadsef, através da Secretaria de Gênero, Raça, Juventude e Orientação Sexual, vem dialogar com suas entidades filiadas, trabalhadoras e trabalhadores de sua base, usuárias e usuários do serviço público, sobre a relevância de percebermos que qualquer guerra, em qualquer lugar do mundo, não interessa à classe trabalhadora, muito menos às mulheres.
Como disse o cineasta Samuel Fuller, na guerra, o verdadeiro heroísmo consiste em sobreviver. Em nossa guerra particular e cotidiana contra o ódio de gênero e as desigualdades ou nas demais guerras ao redor do planeta, não queremos ser vítimas. Mulheres e homens, em condições dignas e justas, de vida e trabalho, com paz entre os povos, é que devem tecer relações de respeito, solidariedade, fraternidade.
Queremos celebrar a vida e luta das mulheres trabalhadoras no 8 de Março e em muitas outras datas, sabendo que as bombas foram desarmadas.
“Quantas guerras teremos que enfrentar por um pouco de paz?”
Aproveitamos para relembrar as resoluções do último Congresso da Condsef e da Fenadsef, realizados em dezembro de 2023, sobre as mulheres trabalhadoras.
Também indicamos para aprofundar o debate os perfis no Instagram de Carla Akotirene, Bárbara Carine e Katiuscia Ribeiro.
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Condsef/Fenadsef