O Sindicato dos Servidores Públicos Federais do Amazonas (Sindsep-AM) lamenta o esquecimento do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) em agenda oficial do ministro Marcos Pontes a Manaus, nesta semana. O titular da pasta de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) esteve na capital e em cidades do interior do Amazonas para fazer seis lançamentos no Estado.
“Como o chefe do MCTI, pasta que tem como um de seus principais órgãos o Inpa, vem a Manaus e não faz uma parada técnica? Ele veio a Manaus e fez o lançamento dos projetos na Superintendência da Zona Franca de Manaus, mas não foi ao Inpa”, critica a direção do sindicato.
O Inpa é, atualmente, um dos órgãos mais prejudicados pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), que já cortou inúmeras verbas para as instituições de pesquisa, e é publicamente a favor do desmatamento ilegal, da grilagem e de outras ações prejudiciais à Amazônia.
“O ministro deveria ter ido in loco pra ver a situação do Inpa. O descaso, a falta de recursos. Nosso instituto de pesquisa é uma das vítimas desse desmonte no sistema de ciência e tecnologia, que está em pleno abandono”, reitera a diretoria do Sindsep-AM.
Pontes participou da inauguração pelo governo federal do Laboratório de Selva Peixe-Boi, em Tefé (AM), e anunciou investimento de R$8 milhões para infraestrutura e manutenção da Torre ATTO MCTI da Amazônia. Outro lançamento foi a abertura de novas bolsas de pesquisa para brasileiros e estrangeiros via CNPq.
Ataques
Apesar das recentes movimentações, em ano eleitoral, os trabalhadores do setor de Ciência e Tecnologia não esqueceram os seguidos ataques do governo federal ao setor nesses três anos de gestão Bolsonaro.
Dados oficiais mostram que os gastos com pesquisa no Brasil caíram de R$13,97 bilhões, em 2015, para cerca de R$5 bilhões, em 2020, primeiro ano com orçamento formulado pela equipe econômica do atual presidente. Os números se referem às verbas para o CNPq, Capes e FNDCT.
Para 2022, as perspectivas são ainda piores, com reduções que já dificultam o trabalho de pesquisadores e universidades no país. O governo federal decidiu cortar R$11 milhões das atividades de pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação na Fiocruz, peça fundamental na vacinação contra a Covid-19.
Tirou ainda R$8,6 milhões do CNPq destinados à formação, capacitação e fixação de recursos humanos para o desenvolvimento científico. Outros R$859 mil para o fomento de projetos de pesquisa e desenvolvimento científico por meio do CNPq também foram cortados.
Foram vetados R$61 milhões no MCTI para gastos com apoio a projetos de tecnologias aplicadas, tecnologias aplicadas, tecnologias sociais e extensão tecnológica.
Perdas lastimáveis.