Mais de 70 pesquisadores e técnicos do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) assinam carta enviada, nesta terça-feira (27), ao ministro de Ciência, Tecnologia e Inovações, Paulo Cesar Alvim, pedindo a revogação do novo regimento interno do órgão, feito na surdina, sem transparência e sem diálogo com a comunidade científica.
O Sindicato dos Servidores Públicos Federais do Amazonas (Sindsep-AM), como legítimo representante desses trabalhadores, apoia a iniciativa, visto que, há algum tempo, o Inpa vem sofrendo uma grave situação de desmonte, encontrando-se praticamente paralisado.
Na carta enviada ao ministro, os servidores e pesquisadores denunciam a extinção da Coordenação de Pesquisa em Tecnologia e Inovação (Cotei), e criticam a alteração no nome da Coordenação de Pesquisas em Sociedade, Ambiente e Saúde (Cosas) para uma inadequada e fantasiosa denominação de “bem estar social”, entre outros problemas.
A pesquisadora Sonia Alfaia, servidora de carreira do Inpa, informou que o gabinete de Alvim já confirmou o recebimento do documento, mas ainda não há resposta sobre a demanda da comunidade acadêmica.
“Durante a reunião com os servidores, a direção do Inpa também ficou de enviar um documento ao Ministro, solicitando o cancelamento do novo regimento e prorrogação de prazo para entrega de um novo, que deverá ser discutido internamente e não imposto”, comentou Alfaia.
O regimento tem previsão de publicação para o dia 5 de outubro deste ano. “Também estamos pedindo apoio da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a fim de que interceda junto ao MCTI”, adianta a pesquisadora.
O Inpa tem quase 70 anos e conta com a atuação de 500 estudantes de doutorado e mestrado, em nove cursos de pós-graduação, além de um quadro de 173 pesquisadores, sendo mais do 60% em abono de permanência, podendo se aposentar a qualquer momento.
De acordo com Sônia Alfaia, a atual diretora do Inpa, Antônia Franco Pereira, criou um grupo de trabalho composto por sete pessoas da administração, presidido por ela, para criar o novo regimento, sem a participação dos demais técnicos e pesquisadores. “Todos aqui estão contra e indignados com essa atitude autoritária da diretora”, lamenta.