Servidores federais realizaram na última quarta-feira (3) atos, protestos e paralisações em diversas partes do país. O “Dia Nacional de Mobilização e Paralisação” serviu para externar a insatisfação da categoria com o andamento das negociações salariais com o governo. Além dos reajustes, eles pediram a recomposição do orçamento das instituições e a revogação de decretos, medidas provisórias e instruções normativas dos governos anteriores.
Em Brasília, os servidores realizaram ato em frente à sede do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI). O secretário-geral da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público (Condsef), Sérgio Ronaldo, cobrou o agendamento imediato de uma reunião com a pasta.
“Existe a possibilidade de realizar essa reunião da mesa nacional até a semana que vem. Evidentemente, dentro desse contexto, a cobrança de todos os setores é que tenha um finalmente das mesas que já estão instaladas”, afirmou Ronaldo, durante o ato.
Ao mesmo tempo, o Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) enviou ao MGI ofício solicitando a implementação do reajuste dos benefícios (alimentação, saúde e creche) a partir de 1º de maio. “É inaceitável que a proposta do governo seja de congelamento salarial em 2024, diante das notícias de arrecadação recorde da União, tendo o maior desempenho desde 1995.”
Negociação
Por enquanto, o proposta do Executivo é pagar 9%, divididos entre 2025 e 2026. O secretário de Relações do Trabalho do MGI, José Lopez Feijóo, ainda acenou com a possibilidade de antecipar para este ano o reajuste do ano que vem, a depender da arrecadação. Os servidores, por outro lado, apresentaram ao governo contraproposta de reajuste, em dois blocos. Seriam três parcelas de 10,34% para o bloco 1 e três de 7,06% para o 2, neste ano e nos próximos dois.
No ano passado, após oito anos de negociações, os servidores federais conquistaram aumento linear de 9%. Além disso, conseguiram aumento de 43,6% no auxílio-alimentação.
Em nota, o MGI afirmou que a prioridade é a “recomposição da força de trabalho na Administração Pública Federal”. O objetivo, nesse sentido, é recuperar a capacidade do governo na execução de políticas públicas. Assim, “vem atuando dentro do possível e dos limites orçamentários para atender às demandas dos órgãos e entidades do Executivo Federal”.
Greve na educação
Afim de aumentar a pressão, servidores federais da educação básica e técnica também começaram hoje uma greve nacional, por tempo indeterminado. De acordo com o Sindicato Nacional dos Servidores da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), os trabalhadores estão de braços cruzados em quase 300 campi em todo o Brasil. A paralisação abrange técnico-administrativas e professores.
Anteriormente, os servidores técnico-administrativos das universidades federais começaram uma greve também por reajuste salarial no dia 11 de março. Já os professores dessas universidades têm indicativo de paralisação marcado para o próximo dia 15.
Os trabalhadores da educação pedem recomposição salarial da inflação dos últimos anos, que varia de 22% a 34%, além de reestruturação das carreiras e revogação de normas aprovadas pelos governos anteriores.
Rede Brasil Atual