Servidores do Iphan no AM realizam, nesta quinta-feira (11), o segundo dia de atividades em meio às 48h de paralisação do trabalho em favor da luta pela cultura. A mobilização inclui o planejamento da campanha pela reestruturação da carreira e a realização de um novo ato público, nesta quinta-feira, às 17h, no Largo São Sebastião, no Centro de Manaus.
“Primeiro nos reunimos para organizar a estratégia para a próxima paralisação, que será de 72h, dias 24, 25 e 26. Ontem, nós fomos ao Tacacá na Bossa, tradicional evento que acontece todas as quartas, em frente ao Teatro Amazonas, e lá nós tivemos espaços para falar sobre as nossas pautas e pedir o apoio da população”, comenta a servidora Taíse Farias, que integra a organização dos atos.
Durante o evento, os servidores destacaram que a mobilização é nacional e integrada a outros órgãos do setor cultural, e que o governo Lula ainda não abriu uma mesa setorial específica para negociar os pleitos da categoria.
“Essas paralisações visam a abertura da mesa para que se possa discutir um plano de carreira e a reestruturação dos órgãos vinculados ao Ministério da Cultura. No ato de ontem, pedimos apoio às pessoas e fizemos convites para que pudessem comparecer ao ato hoje. Fomos muito bem recebidos. As pessoas gritaram, aplaudiram e demonstraram forte apoio à nossa luta”, destaca ela.
Já o ato previsto para esta quinta-feira, também no Largo São Sebastião, deve reunir servidores do Iphan e de outros órgãos que apoiam a luta, além dos chamados ‘fazedores de cultura’ do Estado. Haverá cartazes, faixas e um carro de som.
“Vamos distribuir adesivos, fazer uma roda de conversa e falar sobre a situação das vinculadas da cultura, mas também de outros servidores que seguem nessa luta por melhores condições de trabalho. A mobilização é coletiva”, afirma Taíse.
No último dia 26 de junho, os servidores já haviam feito a primeira paralisação de 24 horas. A mobilização incluiu o planejamento da luta e a visita a espaços públicos fiscalizados pelo Iphan, como o Porto de Manaus e o Museu da Cidade, onde os servidores estenderam faixas temporárias com as demandas do setor.
Pautas
As principais demandas dos servidores federais do setor cultural incluem a recomposição salarial para corrigir as perdas inflacionárias acumuladas desde 2010, estimadas em 53,05%, e a revogação de medidas provisórias, portarias e decretos considerados prejudiciais ao setor.
Além disso, os servidores exigem a equiparação dos benefícios entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, e a criação de mesas setoriais para discutir a reestruturação das carreiras.
A categoria reclama da falta de apoio e ações efetivas por parte do presidente nacional do órgão e da ausência da ministra da cultura nas negociações salariais iniciadas no ano passado. A desvalorização do trabalho é apontada como um dos principais fatores para a falta de interesse dos aprovados no concurso de 2018 em tomar posse dos cargos disponíveis.
O Sindsep-AM reforça seu compromisso com a valorização da cultura e a defesa dos direitos dos servidores. A categoria está unida na busca por melhores condições de trabalho e pela preservação do patrimônio histórico e artístico.
Ascom/Sindsep-AM