Na manhã desta terça-feira (28), servidores ativos, aposentados e pensionistas do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) reuniram-se com representantes do Sindsep-AM e da Assinpa para discutir, aprimorar e validar as reivindicações específicas da categoria que serão levadas à mesa setorial de negociação permanente das carreiras de C&T.
O encontro aconteceu na sala da biblioteca do órgão, e foi comandado pelo secretário de comunicação do sindicato, Jorge Lobato, contando também com a presença dos secretários de finanças, Menandro Sodré, e Formação Política e sindical, Gleig de Sá.
Debate
Na pauta central do debate, a valorização dos servidores e suas carreiras, sobretudo dos técnicos, que se ressentem de uma política de capacitação e aproveitamento, tendo em vista que muitos, embora tenham entrado como nível médio, já possuem formações acadêmicas, incluindo mestrado e até doutorado.
“Precisamos avançar na discussão sobre o papel do corpo técnico na produção científica do Inpa e a possibilidade do reconhecimento desta contribuição, pois hoje, muitos estão subaproveitados mesmo com o órgão necessitando de mão de obra especializada”, comentou a técnica Érika Gomes, doutora em doenças tropicais e infecciosas. Segundo ela, atualmente o Inpa conta com 182 técnicos, sendo a maioria com nível superior.
“É vergonhoso ter de ficar debatendo esse tipo de assunto, mas enquanto não nos posicionarmos como agentes de mudança, não seremos ouvidos. Então espero que realmente possamos contar com nossos representantes para vestirem a camisa das nossas reivindicações”.
Outro ponto importante no encontro foi levantado pela técnica Tania Sumita, que falou sobre a necessidade de maior esclarecimento dos servidores sobre seus direitos e deveres, assim como o que de fato constitui assédio moral e quando isso é ou não crime. “Não tem a ver apenas com constranger ou não o outro, mas sim com o resultado das nossas ações”, explicou propondo que a pauta também seja incluída nas próximas discussões.
Já o analista em C&T sênior Aristeu Dacio Alves ressaltou a importância de um programa de capacitação para os servidores com o devido retorno institucional ao órgão, tendo em vista que muitos hoje são liberados para fazer cursos de formação sem que haja uma sistemática de devolutiva desse conhecimento ao INPA. Ele também ressaltou a importância de se pensar num projeto que de fato contribua para o bem-estar e qualidade de vida da comunidade de servidores. “A qualidade de vida vai além da assistência médica”, comentou.
Entusiasmo
Para Lobato, que é servidor de carreira do Inpa e representante do órgão no Fórum de C&T e na mesa de negociação, o encontro proporcionou um novo entusiasmo no grupo, que após duas gestões seguidas, vê novamente a possibilidade de diálogo com os seus dirigentes.
“O servidor tem que se sentir empoderado e se colocar nessa autovalorização, para que a gente possa debater internamente a importância do técnico do INPA para as pesquisas do Instituto, que não envolvem apenas os pesquisadores”, comentou destacando que é preciso superar algumas questões comportamentais de cunho “cultural”, visando uma convivência harmoniosa e respeitosa entre todos os servidores, desde o corpo auxiliar até o científico.
Na avaliação dos participantes da reunião, o atual diretor do Inpa, Dr. Henrique Pereira, tem se mostrado solícito e empático às causas levantadas pelos servidores, mas é preciso mais que boa vontade para fazer as coisas acontecerem.
Eles cobraram do chefe de gabinete, presente ao encontro, Jorge Porto, celeridade em um próximo encontro com o gestor para saberem, de fato, o que está sendo feito para mudar o atual quadro.
Porto explanou sobre algumas dificuldades que vêm desde outras administrações anteriores, mas garantiu que Henrique e as demais diretoras estão comprometidos em tentar levar às instâncias superiores as reivindicações da categoria.
Ascom/Sindsep-AM