Os servidores das carreiras de Ciência e Tecnologia (C&T) continuam a luta por melhores condições salariais e valorização profissional. Representantes do setor estão expedindo ofícios aos parlamentares solicitando apoio contra a última proposta salarial apresentada pelo governo, que desvaloriza a categoria e pode provocar uma significativa fuga de cérebros do setor.
O atual cenário de negociações é preocupante. As entidades sindicais, incluindo o Sindsep-AM e o Fórum de C&T, apontam uma incompatibilidade entre o crescimento das infraestruturas científicas e a carência de mão de obra qualificada, agravada pela falta de valorização dos profissionais da área.
Entre as principais reivindicações dos servidores, destaca-se a recomposição salarial de 49,94%, que corresponde às perdas inflacionárias acumuladas. Além disso, demandam a incorporação da Gratificação de Desempenho de Atividade de Ciência e Tecnologia (GDACT) ao vencimento básico, a abertura de concursos públicos e a reposição automática de servidores para evitar deficiências críticas no setor.
Em Manaus, o secretário de comunicação do Sindsep-AM e membro do Fórum de C&T, Jorge Lobato, tem sido um dos líderes desta luta. Lobato e outros representantes destacam que a proposta atual do governo não apenas desvaloriza o trabalho científico, essencial para o desenvolvimento econômico e inovação do país, mas também coloca em risco áreas estratégicas, como as unidades de pesquisa e o desenvolvimento tecnológico em complexos industriais da saúde e parques tecnológicos.
A mobilização também se articula em torno de melhorias nos benefícios de alimentação e auxílio-saúde, além de um pedido por uma maior participação nos processos de negociação junto ao governo federal, representado pela Ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos.
O documento encaminhado aos parlamentares enfatiza a importância de investir nas carreiras de C&T para garantir o progresso científico e tecnológico do Brasil. “Conto com seu apoio nesta causa. O Brasil precisa investir nas carreiras de C&T para garantir o progresso científico e tecnológico. A proposta apresentada implicará na fuga de cérebros do setor, e o país não pode perder o investimento que realiza em anos de educação de mestres e doutores. É estratégia de soberania nacional”, conclui o ofício.
“A luta dos servidores de C&T continua buscando não apenas melhorias salariais, mas também o reconhecimento e valorização de seu papel crucial no desenvolvimento do país”, comenta Lobato.