Na campanha contra a PEC 32/2020, a chamada reforma administrativa do governo Bolsonaro, a Frente dos Servidores Públicos (FSP-RS), integrada pela CUT-RS, tem alertado os parlamentares que “Quem vota não volta”.
O recado não é bravata nem blefe, mas tem respaldo na história recente do país. Nas eleições de 2018, 50% dos deputados federais do RS, que votaram a favor da reforma trabalhista do golpista Michel Temer (MDB), que retirou vários direitos garantidos na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), não conseguiram se reeleger.
Dois protagonistas da aprovação da reforma trabalhista também não foram reeleitos. Um deles foi o gaúcho Ronaldo Nogueira (PTB). Empossado ministro de Trabalho logo após o golpe que derrubou a presidenta Dilma Rousseff (PT), em maio de 2016, ele esteve à frente na formulação e na apresentação do projeto. Nogueira perdeu 19% dos votos em relação à eleição de 2014 e não voltou.
Da mesma forma, o relator, deputado Rogério Marinho (PSDB-RN), também não conseguiu votos suficientes para voltar à Câmara.
Deputados gaúchos perderam milhares de votos
Todos os 14 parlamentares gaúchos (13 deputados e uma deputada), que votaram a favor da reforma trabalhista do governo Temer, candidataram-se à reeleição, mas sete, 50% deles, não se reelegeram. Somados, esses deputados e deputada chegaram a 215.414 votos. Isso significa uma perda de 45% dos votos na comparação com 2014, de acordo com estudo feito à época pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base nos dados oficiais do TRE-RS.
Dos outros sete deputados, seis foram reconduzidos à Câmara e um se elegeu para o Senado. Ainda assim, entre os reeleitos que votaram a favor da reforma, houve queda no número de votos. Somados, perderam 100 mil votos, cerca de 13%, segundo o Dieese.
No país, menos da metade de quem votou na reforma trabalhista se reelegeu
A rejeição a quem votou a favor da reforma trabalhista e outras pautas contra os trabalhadores e trabalhadoras, como terceirização irrestrita e teto de gastos, foi registrada em todo o país.
Dos 251 deputados federais que foram reeleitos em 2018, menos da metade foi totalmente favorável às reformas aprovadas pelos golpistas. Os dados são da plataforma Broadcast Político e Inteligov, que acompanha as tramitações no Legislativo.
De acordo com a plataforma, o cenário se repete quando se observa como foi o desempenho das 17 bancadas partidárias que orientaram seus parlamentares a votar a favor da reforma trabalhista e do teto de gastos. Antes da eleição, esses partidos somavam 374 parlamentares, número que baixou para 343.
Dois grandes colégios eleitorais mostram a rejeição. Em São Paulo, dos 46 deputados que votaram a favor da reforma trabalhista, 42 voltaram a se candidatar, mas 43% não conseguiram se reeleger. No Rio de Janeiro, dos 16 que buscaram reeleição, 81% não voltaram.
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