Até meados de setembro de 2024, o estado do Amazonas registrou impressionantes 19.478 focos de incêndio, com agosto sendo o mês mais crítico, somando 10.328 ocorrências. A fumaça das queimadas é proveniente principalmente do sul do estado, onde há intensa atividade pecuária, já se espalhou por vastas regiões. Além disso, a área de floresta nativa queimada na Amazônia aumentou 132% em agosto de 2024 em comparação ao mesmo mês de 2023, resultando na emissão de 31 milhões de toneladas de gás carbônico, agravando ainda mais a crise climática.
Mas o problema não é apenas na Amazônia. As queimadas e incêndios já devastam diversas regiões do Brasil, gerando impactos econômicos, ambientais e, sobretudo, à saúde pública.
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), cerca de 60% do território brasileiro está atualmente coberto por fumaça, atingindo cerca de 5 milhões de quilômetros quadrados. Esse fenômeno, causado por fatores climáticos e pela ação humana, como o uso do fogo para limpeza de áreas de pastagem, afeta especialmente os trabalhadores mais expostos.
Um alerta publicado no portal da CUT, dia 12 de setembro, ressalta os graves riscos à saúde dos trabalhadores, principalmente daqueles que atuam ao ar livre e em condições precárias. Trabalhadores informais, como vendedores ambulantes e catadores, enfrentam grandes dificuldades para se proteger dos efeitos nocivos da fumaça.
Diferente dos trabalhadores formais, que podem contar com ambientes climatizados e a garantia de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), esses profissionais estão à mercê das partículas finas presentes no ar, o que pode agravar problemas respiratórios e cardíacos.
O Ministério da Saúde emitiu orientações importantes para reduzir os impactos da fumaça. Entre elas estão o uso de máscaras N95, a ingestão de água em maior quantidade, a recomendação de evitar atividades ao ar livre e a adoção de uma alimentação leve. Entretanto, essas medidas são muitas vezes inviáveis para trabalhadores informais que não têm a opção de interromper suas atividades para garantir sua subsistência. A situação expõe, mais uma vez, a desigualdade no acesso a direitos e proteção no Brasil.
Para enfrentar essa crise, especialistas alertam que tanto empresas quanto órgãos públicos devem adotar medidas para proteger a saúde dos trabalhadores. Garantir ventilação adequada, fornecer água potável e EPIs são algumas das recomendações essenciais para mitigar os riscos em ambientes de trabalho.
A crise das queimadas no Brasil exige uma resposta coordenada e urgente, não apenas para conter os danos ambientais, mas também para garantir a proteção dos trabalhadores, que permanecem vulneráveis à poluição e às condições extremas provocadas pelo fogo.
Para mais detalhes sobre a situação das queimadas no Amazonas e no Brasil, consulte o Portal do Programa Queimadas do INPE.
Ascom/Sindsep-AM
Com informações do portal da CUT