‘Armados’ de muita disposição, trabalhadores de diversas categorias realizam na manhã desta terça-feira (5), em Manaus, um ato público contra a Reforma da Previdência, cuja votação pode ocorrer a qualquer momento na Câmara dos Deputados, tendo em vista as articulações do governo federal. A mobilização começou por volta das 9h, na Praça Heliodoro Balbi (Praça da Polícia) e ganhou volume por volta das 10h, quando representantes de centrais sindicais, sindicatos e movimentos sociais explanaram sobre as reais intenções por trás da PEC 287/16, que retira garantias constitucionais relacionadas à concessão de aposentarias e pensões aos trabalhadores e seus dependentes.]
Entre as entidades presentes no ato estavam CSP-Conlutas (Central Sindical e Popular), Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), Sindicato dos Servidores da Justiça do Trabalho no Amazonas e Roraima (Sitra-AM/RR), Sindicato dos Servidores Públicos Federais do Amazonas (Sindsep-AM), Associação dos Docentes da Ufam (Adua), Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), entre outros.
“A população não sabe o que é Reforma da Previdência, desconhece o real teor da proposta e por isso parece estar conformada com todos esses desmandos, mas nós não podemos nos calar. É nosso dever vir para as ruas tentar sensibilizar a sociedade trabalhadora dos perigos que ela corre, pois, infelizmente, não podermos contar com a classe política, tendo em vista os muitos conchavos de que participam com a cúpula do governo na defesa dos interesses da classe empresarial”, afirmou o secretário-geral do Sindsep-AM, Walter Matos, também representante da executiva da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Já a professora e presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Isis Tavares, destacou que a união entre centrais sindicais, movimentos sociais e sindicatos é extremamente importante na luta contra a Reforma da Previdência.
“Temos de fazer pressão. Mostrar para os deputados que se eles colocarem a reforma em votação o Brasil para. Essa proposta precisa ser mais discutida. O governo não tem votos para aprová-la e está usando de artifícios escusos para comprar os parlamentares. Além disso, não podemos entender a Reforma como algo isolado, ela está ligada a outras reformas que fazem o povo brasileiro ser responsabilizado por uma crise que na verdade é institucional e política”.
A princípio, a votação do projeto iria acontecer nesta quarta-feira (6), mas devido a incerteza quanto aos votos, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, recuou. Porém, tem intenção de conseguir levar à votação até o próximo dia 13, por isso as entidades da classe trabalhadora continuarão mobilizadas. “Se eles confirmarem a votação para o dia 13, dia 12 vai haver uma greve geral no país. Nós estamos mobilizados e dispostos a isso”, afirmou Walter Matos.