A data 21 de março marca o Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial e faz parte do calendário unitário da Campanha Nacional Fora Bolsonaro. A Organização das Nações Unidas observa anualmente a data, estipulada no dia em que a política de Sharpeville, África do Sul, assassinou 69 pessoas em um protesto pacífico contra o Apartheid, em 1960. Em tempos de pandemia e de isolamento, as redes sociais são espaço de luta e de mudança social.
Nesta segunda-feira, 22, o canal Decolonialidade: Mulheres em Pauta realiza uma live pelo YouTube, em que conversa com Ofélia Hilário, do Movimento Negro e Assistente Social, para falar sobre o evento 21M Nacional. A partir das 20 horas, ela comentará sobre racismo estrutural, interseccional e os desafios na pandemia para a população negra, que mais sofre com a doença e suas consequências à vida e à economia de milhares de pessoas.
Ontem, 21, meio milhão de pessoas no Brasil e no mundo acompanharam ao vivo a SUPER-LIVE 21M do Dia Internacional de Combate à Discriminação Racial. Para a Frente Brasil Popular, o racismo estrutural põe em evidência como corpos negros e periféricos, especialmente as mulheres, podem ser descartados através da violência de Estado. A transmissão completa pode ser vista e revisitada pela página de Facebook da Frente.
Mais afetados
São negras e negros que mais têm sofrido com as crises econômica, política, social e sanitária que assolam nosso país, sendo os sujeitos com maior índice de contaminação e morte por Covid-19. O desemprego e a falta de auxílio emergencial também recai com maior peso sobre a população negra.
Diante disso, diversas organizações, entidades e movimentos se somam na luta contra o racismo e a discriminação. A Secretária de Gênero, Raça, Juventude e Orientação Sexual da Condsef/Fenadsef, Erilza Galvão, reforça a importância da data para conscientização ampla dos brasileiros.
“No nosso país, o racismo está na base sólida que sustentou a formação na nação. A mudança que almejamos é profunda e ninguém, nenhuma instituição está imune a ela. Os serviços públicos, por exemplo, que são democráticos pela forma de acesso, ainda são espaço de exclusão”, comenta.
De acordo com o Painel Estatístico de Pessoal do Governo Federal, dos mais de 1,2 milhão de servidores da União, apenas 4,06% se declaram pretos. Pardos somam 23%. Em um país cuja maioria da população é de não-brancos, a desigualdade de representação nas instituições públicas escancara a necessidade de luta e vigilância constantes para formação de um País sem discriminação. A Condsef/Fenadsef está empenhada nesta batalha e convida todas e todos a se engajarem também.
(Com informações da Frente Brasil Popular)