Para contornar a crise com servidores federais, o governo estuda a possibilidade de conceder reajuste gradativo para profissionais de segurança, mantendo os 5% para todo o funcionalismo público a partir de julho. A informação é do colunista Lauro Jardim, do GLOBO.
No Ministério da Economia, no entanto, a proposta enfrenta resistência. A pasta de Guedes alerta que a proposta esbarra na lei eleitoral.
“Seria melhor para o presidente, que atenderia a uma vontade, mais barato, mas não é eleitoralmente factível. Acaba tendo que ser linear para todo mundo, o que é bem mais caro”, disse o ministro na sexta-feira (22).
De acordo com Guedes, o reajuste dos policiais federais custaria R$ 1,7 bilhão, enquanto o linear deve ficar na casa dos R$ 5,5 bilhões.
Ministro da Justiça diz que “martelo não foi batido”
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, disse nesta sexta-feira (22) que “nenhuma decisão está tomada” sobre a possibilidade de reajuste salarial para os servidores, em especial os das forças de segurança pública, que prometem endurecer o discurso contra a Economia caso não sejam agraciados com aumento maior que 5%.
“Muitas especulações sobre o reajuste do funcionalismo público e, particularmente, das forças federais de segurança. Sobre este tema, existe apenas uma certeza no momento: NENHUMA decisão está tomada. O martelo não foi batido!”, escreveu o ministro no Twitter (22).
Polícia Federal repudia recomposição linear
A Associação Nacional de Delegados da Polícia Federal (ADPF) publicou uma nota de repúdio à declaração do ministro da Economia.
No documento, a entidade diz estar frustrada com o valor do aumento, considerando baixo, e com a “omissão do governo federal”, que ainda não assinou a Medida Provisória de Reestruturação das Carreiras Policiais Federais. Em dezembro de 2021, o Congresso aprovou o orçamento de 1,7 bilhão para aumento salarial e reestruturação de carreiras dos policiais. Como a perspectiva era de que a mudança beneficiaria apenas os agentes da PF, outras categorias passaram as últimas semanas planejando paralisar os serviços.
Agora, é a própria Polícia Federal que articula possíveis paralisações, assunto que ainda será decidido em outra reunião no dia 2 de maio. A entidade considera que a reestruturação de carreiras é essencial para o funcionamento do órgão, por isso, aprovou nesta terça-feira (19) um indicativo de recomendação de operação-padrão e redução de produtividade nas atividades administrativas de fiscalização. Além disso, a ADPF irá realizar uma mobilização em frente a todas as unidades da PF espalhadas pelo país.
Brasil Econômico