Mesmo diante do caos que assola o país de norte a sul, sanitária e economicamente, o governo e seus aliados no Congresso não cansam de atacar os trabalhadores, sobretudo no serviço público, jogando sobre estes o fardo de toda a crise e tentando dividir a categoria com suas manobras desleais. Enquanto protegem os interesses do mercado financeiro e alto empresariado, ante à pandemia de Covid-19, massacram pais de família com cortes de salários, redução de jornadas e suspensão de contratos, tudo para impedir que ricos diminuam em qualquer percentual as suas fortunas.
Não bastasse a desfaçatez da Medida Provisória 927/2020, que se aproveita da crise na saúde mundial para tentar criar jurisprudência na anulação de mais direitos trabalhistas, agora deputados querem cortar de 10% a 50% dos salários dos servidores públicos que, mesmo sendo tratados pelo ministro Paulo Guedes como “parasitas”, estão dando duro nos hospitais e unidades de saúde pública ou trabalhando de casa com seus próprios recursos (teletrabalho e trabalho remoto) para manter o funcionamento do país.
Como bem frisou a direção da Condsef/Fenadsef em recente artigo “o argumento usado é cruel”, pois, “se o governo quer suspender salários dos trabalhadores da iniciativa privada, seria ‘justo’ cortar dos servidores também. A alegação é mentirosa, já que justo seria não cortar salário de ninguém”, visto que são os trabalhadores, públicos e privados, que sustentam os grandes empresários do país, cuja classe não passa de 1% da população.
São conchavos escabrosos e inadmissíveis como esse os grandes responsáveis pelo sucateamento dos serviços de saúde, a exemplo da Emenda Constitucional 95, que bloqueou R$ 20 bilhões do Sistema Único de Saúde para financiar a especulação financeira.
É imperioso que, frente a tudo que está ocorrendo por conta da onda de Coronavírus, a sociedade entenda a importância do serviço do Estado, representado pelos servidores públicos, e defenda com unhas e dentes sua manutenção e valorização, principalmente no tocante à saúde, educação e pesquisa. Nenhum país pode se desenvolver, social e economicamente, sem educação de qualidade, muito menos sem investimentos em pesquisa e saúde, e a pandemia de Covid-19 está aí para nos mostrar isso.
Só não vê quem é cego ou deliberadamente está a serviço do capital financeiro, como parece ser o caso do presidente Jair Bolsonaro, para quem a abertura de lojas, fábricas e demais estabelecimentos comerciais é mais importante que proteger a saúde do cidadão que o elegeu.
Na contramão de outros governantes, ao invés de apontar soluções, o presidente faz aprofundar a crise, ora negligenciando a gravidade da situação, ora com propostas que deixam os trabalhadores e economia ainda mais vulneráveis. Afinal, se uma pessoa perde renda, como vai consumir? E como isso ajuda a fortalecer a economia do país?
A direção do Sindsep-AM repudia veementemente todos os ataques do governo e do Congresso aos trabalhadores, especialmente os do serviço público, e conclama as entidades representativas da categoria, bem como toda a sociedade, a se manterem unidades e atentas para barrar qualquer ameaça de redução salarial ou mais retiradas de direitos. Não podemos permitir que manobras políticas escusas ao interesse nacional, apoiadas pela grande mídia, bote a população contra os trabalhadores que a servem todos os dias, independente das condições se assédio moral a que são submetidos diuturnamente. Temos de nos irmanar e exigir serviços público de qualidade, bem como soluções inteligentes e humanas para todos e não apenas para as empresas. O trabalhador não vive sem elas, mas elas não podem sobrevir às custas do sacrifício de seus trabalhadores.
Isolamento social
Contrário ao que reverbera Jair Bolsonaro, o Sindsep-AM também orienta seus filiados, assim como todos os trabalhadores do serviço público, a obedecerem a determinação das autoridades de saúde e cumprirem o isolamento social, permanecendo em suas casas. A pandemia de Coronavírus não é uma brincadeira e precisados preservar vidas, tanto em nossas famílias quanto em outras.