Em 17 de fevereiro, em Adis Abeba, capital da Etiópia, o Presidente do Brasil, Lula, declarou: “O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu: quando o Hitler resolveu matar os judeus(…). Não é uma guerra entre soldados e soldados. É uma guerra entre um Exército altamente preparado e mulheres e crianças”.
Em reação, o governo de extrema-direita de Israel, presidido por Benjamin Netanyahu, declarou Lula “persona non grata” recebendo apoio entusiasmado do bolsonarismo no Brasil.
Não é segredo para ninguém que os mesmos deputados brasileiros de extrema-direita que apoiam a política genocida de Netanyahu mantêm relações com nazistas de outros países e são apoiados por grupos nazistas brasileiros de diversos matizes.
Eles defendem o sionismo, carregam bandeiras do estado sionista nas manifestações bolsonaristas.
O próprio Bolsonaro foi aplaudido por alguns sionistas quando, em abril de 2017, fez um discurso racista no Clube Hebráica do Rio de Janeiro (“Eu fui num quilombo. O afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada. Eu acho que nem para procriador ele serve mais”).
Ele também recebeu e tirou fotos com uma deputada de extrema-direita alemã, neta do ministro das finanças de Hitler.
Sob Bolsonaro a presidência usou frases de propaganda inspiradas na inscrição “O trabalho liberta”, que havia na entrada de alguns campos de exterminação nazistas.
Nada disso incomodou o governo sionista de Israel. Nunca se ouviu Netanyahu repudiar o apoio de fascistas e nazistas e declará-los “persona non grata”.
A declaração de Lula é verdadeira. Sionismo não é judaísmo, e por isso judeus em todo o mundo se erguem contra o genocídio dizendo “Não em nosso nome!”.
Os bombardeios de Israel contra um povo encurralado numa prisão a céu aberto já mataram quase 30 mil pessoas, metade mulheres e crianças, destruíram escolas, hospitais, universidades.
Acusar o estado sionista de Israel de genocídio, solidarizar-se com os palestinos, é, para dizer o mínimo, um dever humanitário.
Conforme as resoluções de seu XIV Congresso a Condsef/Fenadsef reafirma sua solidariedade ao povo palestino e ao povo judeu, contra o genocídio, e levanta a necessidade urgente de o governo brasileiro cancelar todos os contratos e acordos de cooperação militar, econômica e acadêmica com as empresas e entidades do estado sionista de Israel.
Cessar fogo imediato!
Fim dos bombardeios e do bloqueio a Gaza!
Direção Condsef/Fenadsef
Condsef/Fenadsef