A Esplanada dos Ministérios, em Brasília, e a Esquina Democrática, em Porto Alegre, foram palcos, mais uma vez, de manifestações no último domingo (21). Teve atos também no Rio de Janeiro e em São Paulo. Em alguns lugares teve manifestação pró e contra o governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL), como em Brasília, em outros só contra.
A CUT Nacional não participou de nenhum ato. Como reafirmou a Direção Executiva Nacional em Resolução, a Central está comprometida com o ‘fora, Bolsonaro’, mas entende que, com a curva da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) em alta, não é o momento de fazer atos com milhares de pessoas nas ruas. As aglomerações são onde o vírus mais se espalha.
Em Brasília, os manifestantes pró-Bolsonaro se concentraram no Museu Nacional da República e seguiram em passeata pelo Eixo Monumental. Tentaram invadir os arredores do Palácio do Planalto, mas foram impedidos pela Polícia Militar do Distrito Federal, que jogou até gás de pimenta. O grupo reagiu chamando os PMs de covardes. Na manifestação pro-Bolsonaro teve todos os ingredientes antidemocráticos de sempre:faixas e cartazes pedindo o fechamento do STF [Supremo Tribunal Federal) e do Congresso Nacional. A maioria estava vestida de verde e amarelo com bandeiras do Brasil.
A Polícia Militar do Distrito Federal montou um esquema de segurança para separar os grupos pró e contra Bolsonaro. Ficaram no canteiro central da Esplanada dos Ministérios e montaram um cordão de isolamento para que nenhum dos grupos se aproximasse da Praça dos Três Poderes, onde ficam o Palácio do Planalto, o STF e o Congresso. Bolsonaro, que costuma descer a rampa para saudar seus seguidores, neste domingo nem estava em Brasília. Foi para o Rio de Janeiro para o velório de um paraquedista do exército morto no dia anterior.
As torcidas antifascistas e o Movimento Vidas Negras Importam decidiram realizar o ato em Brasília esta semana depois da prisão de Fabrício Queiroz, motorista e segurança do senador Flávio Bolsonaro quando este era deputado estadual pelo Rio, envolvido no esquema da rachadinha montada no gabinete do primeiro filho.
A ideia dos organizadores do ato contra Bolsonaro era reforçar a necessidade de impeachment do presidente, amigo de Queiroz já mais de 30 anos. Queiroz trabalhou no gabinete de Bolsonaro que, depois o indicou para trabalhar com o filho.
A maioria dos participantes do ato contra Bolsonaro estava vestida com roupas nas cores preta e vermelha. Eles se concentraram no piso superior da Rodoviária do Plano Piloto, reproduzindo charge do cartunista Renato Aroeira que associa Bolsonaro ao regime nazista e que teria deixado o presidente enfurecido e seguiram em marcha pelo outro lado da Esplanada. Eles levaram faixas contra Bolsonaro e o racismo e pediam a saída do presidente do poder e em defesa da Saúde Pública.
Em Porto Alegre, pelo sétimo final de semana consecutivo, centenas de manifestantes das torcidas antifascistas do Grêmio e do Internacional, movimentos sociais e coletivo #VidasNegrasImportam tomaram as ruas do centro da capital gaúcha defendendo a vida e a democracia e exigindo o afastamento de Bolsonaro, como mostra matéria da CUT-RS.
Eles se concentraram na Esquina Democrática e seguiram em caminhada pela Avenida Borges de Medeiros. Os manifestantes, na sua maioria jovens, marchavam atrás de uma faixa amarela com os dizeres “Antifascistas pela democracia”. Eles também ergueram cartazes, denunciando a marca de 50 mil mortos por Covid-19, acusando Bolsonaro de genocida.
Na capital paulista, os grupos antifascistas reuniram-se na Praça Roosevelt, região central da cidade. Este foi o primeiro domingo após decisão da justiça estadual que determinou que não podem ocorrer simultaneamente, na Avenida Paulista, atos de apoio e contrários ao governo federal, impondo um revezamento.
Já os manifestantes favoráveis a Jair Bolsonaro foram para Paulista com cartazes e faixas em defesa do governo federal, e mais críticas ao STF, ao governador de São Paulo, João Doria, e à democracia.
No Rio de Janeiro, a polícia inicialmente proibiu a realização de ato contra Bolsonaro na Cinelândia. Sob a alegação de que a PM deveria ter sido notificada com 72 horas de antecipação, o carro de som dos manifestantes foi impedido de seguir nas ruas, informou o site Diário Causa Operária.
Ante a determinação dos militantes em continuar o protesto, as forças policiais deram voz de prisão ao manifestante Henrique Simonard por portar um canivete. O manifestante foi encaminhado à 21ª delegacia da Polícia Militar.
Já em Belo Horizonte, o ato reuniu as torcidas antifascistas e forças democráticas contra o presidente Jair Bolsonaro que saíram em passeata, como mostra matéria da RBA.
Portal CUT