A Condsef/Fenadsef encaminhou ofício ao Ministério da Agricultura, Casa Civil e Secretaria-Geral da Presidência da República solicitando audiência para discutir os riscos do desmonte que está afetando o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). O documento alerta que o órgão pode parar de funcionar por falta de pessoal e orçamento a partir do dia 15 de junho. O instituto é responsável pela previsão e monitoramento do tempo e emissão de avisos meteorológicos especiais para todo o país.
No ofício, a Confederação ainda lembra que o quadro é temeroso, especialmente diante do agravamento de eventos extremos, como por exemplo, o quadro caótico enfrentado pelo Rio Grande do Sul, ou chuvas excepcionais ocorridas no litoral paulista em fevereiro de 2023, além das recorrentes ondas de calor observadas nos últimos anos. Todas essas situações climáticas envolvem risco à população.
Vinculado ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o Inmet vem perdendo orçamento desde que deixou de responder diretamente ao gabinete do ministro e passou a ser subordinado às secretarias. Atualmente, o Inmet responde à Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo (SDI). Para os servidores, a SDI parece não entender o papel e a importância do órgão como serviço oficial de meteorologia do Brasil.
A reunião emergencial solicitada busca garantir a manutenção e ampliação urgente da equipe técnica e demais funcionários terceirizados. Além disso reivindica a recuperação da autonomia administrativa, com orçamento compatível com a missão institucional do Inmet. Na pauta ainda está a busca pelo enquadramento dos atuais servidores do plano das carreiras da área de Ciência e Tecnologia, a criação de uma comissão indicada pelos meteorologistas para apontar a reestruturação do instituto, além da inclusão de profissionais no quadro do Inmet.
O ofício destaca que no atual cenário de emergências climáticas, o Inmet tem se retraído e as 40 vagas previstas para o próximo concurso são insuficientes diante da importância desses acontecimentos. Para um país de dimensões continentais como o Brasil, garantir a recomposição da força de trabalho desse órgão essencial é crucial. Vale lembrar que ainda em 2015, o concurso que foi cancelado previa 242 vagas, já apontadas como insuficientes à época.
Condsef/Fenadsef