Matéria publicada nesta quarta-feira, 5, pelo Correio Braziliense afirma que governo vai deixar pontos polêmicos da reforma administrativa para depois. Segundo a reportagem, no primeiro semestre será encaminhado ao Congresso apenas o texto que define três categorias de servidores públicos para contratações futuras; as demais propostas devem ser apresentadas apenas após as eleições municipais. A avaliação é de que reforma completa poderia engrossar as greves das estatais. Atualmente, duas empresas estão paralisadas contra o plano de privatização, são elas Petrobras e Casa da Moeda. Os Correios deliberaram greve para 12 de fevereiro. Dataprev, parado desde 31 de janeiro, decidiu ontem, 4, suspender a paralisação dos trabalhadores por 15 dias, durante tentativa de negociação.
A mobilização dos servidores parece amedrontar o presidente Jair Bolsonaro também pelo momento delicado, em que tenta consolidar um novo partido político em ano eleitoral. Na última terça-feira, trabalhadores da administração pública se reuniram no Congresso Nacional com a Frente Parlamentar Mista em Defesa do Serviço Público, onde definiram a programação do ato de 12 de fevereiro, contra privatizações e retirada de direitos.
O evento, que será realizado no auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados, contará, pela manhã, com ato político. Participarão dezenas entidades sindicais e parlamentares contrários ao desmonte do Estado e pela proteção da soberania nacional. Integram a Frente Parlamentar 255 deputados federais e 21 senadores. Na parte da tarde, painéis discutirão mitos e verdades sobre o funcionalismo público, ajuste fiscal e privatizações. Ao fim da programação, haverá deliberação de encaminhamentos sobre atuação conjunta no Congresso Nacional, ações midiáticas de conscientização da população e mobilização para construção dos protestos de 8 de março (Dia Internacional de Luta das Mulheres) e 18 de março (Greve Geral).
Para o Secretário-geral da Condsef/Fenadsef, Sérgio Ronaldo da Silva, o parlamento vai jogar peso nas propostas negativas para os trabalhadores até julho, quando começa o período eleitoral. Dessa forma, os servidores devem igualmente se empenhar em combater medidas que retiram direitos e que ameaçam o Estado. “Não há mais zona de conforto. Todos os servidores devem estar atentos e se comprometerem com as atividades de mobilização que as centrais e entidades convocam. Dia 12 de fevereiro é um momento importante para mostrar unidade da categoria aos parlamentares. E dia 18 é a Greve Geral que vai mostrar ao governo que não seremos aniquilados por ele. Vamos todos à luta!”, convoca o dirigente.
Condsef/Fenadsef