A Internacional de Serviços Públicos (ISP) promoveu entre os dias 16 e 21 de outubro, em Lima (Peru), uma série de reuniões de seus comitês organizativos, como o Comitê Executivo Interamericano da entidade (IAMREC 2022). A Condsef/Fenadsef, filiada à ISP, integra a direção deste Comitê e o seu Secretário de Relações Internacionais, Edvaldo Pitanga, também dirigente do Sintsef-BA, participou do evento.
Houve seminário sobre Poder Corporativo com apresentação de Rosa Pavanelli, Secretária Geral da ISP, onde foram discutidas as principais lutas mundiais relacionadas aos trabalhadores e trabalhadoras do serviço público. Este seminário também faz parte do IAMREC e aborda questões como justiça tributária, acordos de livre comércio, patentes, direitos sindicais e outras questões globais.
A ISP é uma federação sindical mundial que representa 20 milhões de trabalhadoras e trabalhadores que prestam serviços públicos essenciais em 154 países. Trabalha com o sistema das Nações Unidas e em colaboração com entidades da sociedade civil, sindicatos e outras organizações. Para a ISP, os serviços públicos de qualidade são a base tanto de sociedades livres e iguais quanto de uma forte economia moderna. A entidade internacional defende os direitos humanos, a justiça social e o acesso universal aos serviços públicos de qualidade.
Em 2017, o Congresso da ISP debateu o Programa de Ação Povo Acima do Lucro, que já expunha as críticas à atual ordem mundial neoliberal, alertando para as consequências de não reparar um sistema falido. Os efeitos devastadores do poder corporativo dominante interferem diretamente no acesso a serviços públicos de qualidade, nos direitos trabalhistas e sindicais, na desigualdade econômica, nos direitos sociais e das mulheres, nos jovens trabalhadores e, em última análise, na estabilidade política e econômica das nações mais vulneráveis.
De lá para cá, quando a Covid-19 mudou drasticamente o mundo, as precariedades nas condições de trabalho do serviço público só se agravaram. A pandemia confirmou os nossos piores prognósticos, ilustrando como sistemas políticos, economias nacionais e a globalização neoliberal colocam o lucro antes das pessoas. Só no Brasil, essa tendência custou a vida de quase 700 mil pessoas.
Para Edvaldo Pitanga, o intercâmbio de experiências internacionais nesse momento de ameaças à democracia brasileira pelo governo Bolsonaro, não apenas é muito bem-vindo, como acima de tudo se faz necessário. “Nossa pauta deixou de projetar o futuro das entidades sindicais para discutir com urgência o próprio presente, diante da gravidade dos ataques promovidos ao serviço público e seus trabalhadores e trabalhadoras”, esclarece.
Ele destaca que essas experiências compartilhadas de unidade, enfrentamento e resistência serão levadas para dentro do cotidiano sindical, permitindo, a partir de exemplos bem-sucedidos de categorias vizinhas, traçar planos de trabalho que levem ao fortalecimento de nossas próprias lutas, ampliando o engajamento e a representatividade da base.
Confira como foi a programação completa do IAMREC 2022:
Condsef/Fenadsef
Com informações do Sintsef-BA