Em continuação à campanha por reposição salarial de 19,99% a todas as servidoras e servidores públicos, a diretoria do Sindsep-AM aprovou, durante reunião na sexta-feira (18), a realização de uma assembleia geral para ampliar a discussão e detalhar com a base os principais pontos da luta. O encontro das diretoras e diretores ocorreu na sede do sindicato, que retomou as atividades presenciais.
“Estamos estudando marcar esse encontro presencial com a base para abril ou maio, porque é urgente discutir as perdas salariais de todas e todos durante o governo Bolsonaro. Os 19,99% de reposição são isso. Não interessa saber se é a favor ou contra o presidente, a nossa luta agora tem que ser unificada”, afirma o secretário-geral do sindicato, Walter Matos.
Durante a reunião, a diretoria também decidiu por cancelar o encontro virtual que ocorreria na quarta-feira (23), voltado à mesma campanha. Como explicou o secretário de Administração, Jorge Lobato, parte da base ainda tem muita dúvida sobre o pedido de reposição salarial, o que os levou a preferir focar na assembleia.
“As servidoras e os servidores ainda têm muita dúvida, vimos muito isso. Não entendem o porquê de pedir 19,99%, por exemplo. E precisamos explicar isso, mostrar que tem dinheiro, discutir a questão e ampliar esse debate”, comenta ele.
Violação de direitos
Embora vá ocorrer uma assembleia voltada para a campanha, o próprio sindicato, assim como entidades nacionais, segue unificado em um calendário de luta. Porém, tem sido alvo de violação dos direitos assegurados à luta sindical, como a própria organização e o repasse de informações para a base.
O mais recente caso envolve as bandeiras que denunciam o descaso com o serviço público e o congelamento salarial. Esses banners, utilizados livremente em outros governos, agora foram proibidos de ser usados nas principais repartições federais no Amazonas.
“Fomos impedidos de colocar essas faixas no Incra. A argumentação do diretor de lá foi ridícula, disse que precisava de ordem de Brasília. No Inpa, colocamos as faixas e depois pediram que tirássemos. Já na Conab, onde somos representantes legítimos, assinamos todos os acordos coletivos, a superintendente não autorizou também”, denuncia o secretário-geral.
Segundo ele, a diretoria do sindicato está atenta a esses movimentos e já está se articulando para garantir que as manifestações de direito do sindicato ocorram. “Vamos formalizar, via ofício, que os órgãos autorizem a liberação para colocar faixas. No mesmo expediente, vamos pedir também audiência formal com o Incra, para discutir a questão. Na Conab, já está marcada para 23 de março”, disse.
Luta continua
Segundo Walter Matos, o sindicato continuará nesse período com a distribuição de boletins a respeito da luta salarial e também com os carros de som em frente aos órgãos públicos. “Eu chamo a atenção das servidoras e servidores para que se unifiquem nessa luta em torno da pauta, precisamos de uma frente única em defesa do nosso salário”, disse.