O secretário geral do Sindsep-AM, Walter Matos, reuniu, nesta quinta-feira (18), a diretoria geral da entidade em sua sede, na Luiz Antony, para tratar de dois assuntos do maior interesse da categoria. Um deles, a ação judicial que o sindicato pretende mover contra o Banco do Brasil em relação a pagamento do Pasep dos servidores, e o outro, a atual conjuntura política em que se encontra o país às vésperas do segundo turno das eleições para presidente da República.
A sala de reuniões ficou lotada e diversos diretores tiveram a oportunidade de se manifestar sobre ambos os assuntos. Em relação ao Pasep, Walter Matos argumentou que não é possível aceitar os valores que vêm sendo pagos pelo Banco do Brasil após tanto tempo de espera, pois são quantias irrisórias.
“O Banco está com essa cota desde os anos 80 e, anos depois, vem com essas quantias que variam entre R$ 700 e R$ 1000? É um absurdo! Por isso vamos ajuizar ação tanto pelos servidores ativos quanto aposentados”, informou.
Sobre a conjuntura política e as eleições do dia 28 de outubro, Matos reforçou a preocupação das entidades representativas da classe trabalhadora com o quadro desenhado pelas últimas pesquisas e conclamou os servidores a se unirem na luta não só pelo bem comum da categoria, mas de todos dos trabalhadores e da população mais carente.
“Pesquisas não ganham eleição, mas sim a militância, e o emprenho de cada um de nós. Respeito as opiniões individuais, mas não podemos ficar parados diante de tudo que vamos perder ou deixar de ganhar, caso o fascismo se instale no país. Estamos ao lado da candidatura de Fernando Haddad porque acreditamos que suas propostas dialogam com toda a sociedade e com os servidores”, defendeu o secretário.
Ruim para o servidor
O líder sindical lembrou que as propostas do candidato Jair Bolsonaro são péssimas para o funcionalismo, pois vão de ampliação da retirada de direitos – com a manutenção da Reforma Trabalhista, Terceirização e aprovação da Reforma da Previdência – à extinção de órgãos importantes, como Funasa, Funai, Ibama e ICmbio, além da fusão do Ministério da Agricultura com outras pastas para criação de nova sigla que será dirigida pelo agronegócio.
“Se Bolsonaro ganhar, o Brasil entrará numa crise sem precedentes. Quem acha que viveu crise nos governos Collor, Itamar ou Sarney nem imagina o que está por vir, pois, por pior que tenham sido, nestes governos havia liberdade para manifestações (greves e passeatas), mas, no quadro que se desenha para o nosso futuro, liberdade é uma coisa que não vai mais existir”, alertou.
O secretário de finanças do Sindsep-AM, Menandro Abreu, reforçou os argumentos de Matos e ressaltou que, independente das convicções partidárias de cada membro da diretoria, o verdadeiro compromisso da entidade é com a sua base social.
“Nós só temos um lado, e é o lado do trabalhador. Portanto, não temos outra saída a não ser nos unirmos para derrubar as ameaças à democracia brasileira, pois democracia é algo que só interessa ao trabalhador, para poder lutar por seus direitos, o resto não está nem aí”, frisou.
Também presente à reunião, o servidor da Funasa Francisco Picanço demonstrou preocupação extrema com a atual conjuntura política, sobretudo porque, muito servidores públicos, não entendem o que está em jogo e simplesmente estão descontando suas frustrações nas urnas.
“Quando se vota num candidato por raiva, o problema não está na instituição, mas em você mesmo. Porém, ainda é tempo de se informar e abrir os olhos, pois depois que o ‘caldo’ estiver derramado, lamentos não irão adiantar”.
Outros participantes da reunião, como Alberdan dos Santos e Elizeu Costa, lembraram ainda a possibilidade de um novo golpe militar, tendo em vista as atuais articulações de Bolsonaro em relação à composição de seu ministério, caso eleito.
Entre as mulheres presentes, Sebastiana da Silva Pessoa ressaltou que, antes do dia 28, nada está perdido e que a vitória de Haddad e do projeto em defesa dos trabalhadores só depende do esforço de cada um. “Na da de esmorecer. Ninguém nesse país sabe mais o significado da palavra ‘lutar’ que nossa militância, então vamos para as ruas, para as nossas casas na certeza de que estaremos fazendo o melhor por nós e por nossas futuras gerações”.
Passeata e porta a porta
Neste sábado, a partir das 8h, os militantes da campanha de Fernando Haddad estarão reunidos na frente do IEA para de lá sair em carreata pelas ruas de Manaus. Já a partir de segunda-feira (22) será a vez dos diretores do Sindsep-AM irem para a porta dos órgãos, com carro de som e um informativo comparando as duas propostas de trabalho.
“Queremos esclarecer os servidores sobre a armadilha a que estão se prendendo. E não é preciso muito para concluir isso, basta ler as propostas e comprar”, enfatizou Walter Matos.