A diretoria executiva do Sindsep-AM se reuniu nesta quinta-feira (17) para deliberar sobre a adesão da entidade no Dia Nacional de Lutas em Defesa do Serviço Público, e definiu que a participação se dará por meio de atividades nas redes sociais e panfletagem virtual da base junto a políticos e parlamentares do Estado que atuam no Congresso Nacional.
Antes de adentrarem nesse assunto propriamente, o secretário-geral, Walter Matos, pontuou alguns assuntos de ordem jurídica e administrativa, de interesse da categoria. O grande foco dos debates, porém, foi mesmo a conjuntura de ataques do governo e a retirada de direitos que vislumbra se agravar ainda mais com a iminente Reforma Administrativa, contra a qual se impõe o Dia Nacional de Lutas, convocado pelo Fonasefe, Condsef e outras entidades para 30 de setembro.
“A grande mídia se pauta pelo discurso falacioso do ministro da Economia, Paulo Guedes, que, ao contrário do que parece, claramente defende os interesses do capital nacional e internacional, sem se importar, de fato, com a qualidade dos serviços públicos prestados à população brasileira”, comentou Matos.
Conforme os participantes, é uma enganação ao povo tentar justificar a PEC 32/20 apontando o tamanho da folha de pagamento dos servidores como o grande vilão de um possível colapso no orçamento do governo. Isso porque “a reforma só atinge a ‘carcaça’ do serviço público, formada em sua maioria por trabalhadores da saúde e da educação, que são a base que menos ganha, e deixa de fora a elite dos gabinetes de ministros e parlamentares, a alta cúpula do Judiciário e, principalmente, os militares, que se acham uma casta superior e sequer foram inclusos na proposta de reforma”, comentou o secretário de finanças do Sindsep-AM, Menandro Sodré.
O secretário de administração, Jorge Lobato, concordou com o colega e ressaltou que o projeto é, na verdade, um modelo de “(anti)reforma”, uma vez que não traz nenhum benefício e ainda acentua as desigualdades entre membros de uma mesma carreira. “Não posso chamar de ‘reforma’ o que se nega para o futuro. Eles dizem que não afeta os atuais servidores, mas isso não é verdade, pois lá na frente, quando precisarmos de um serviço público de qualidade, vamos perceber que isso nos foi tirado”.
Já o diretor Renato Torres ponderou que, embora contra os interesses da categoria, a Reforma Administrativa é uma realidade, e manifestou sua preocupação em achar meios para que ela não seja apenas mais um capítulo da retirada de direitos que se arrasta desde o governo Fernando Henrique Cardoso.
“A exemplo da Reforma Trabalhista, da Reforma da Previdência etc., a Reforma Administrativa vai acontecer, e apenas ser ‘contra’ não vai resolver nossos problemas. Temos de propor meios para torná-la menos injusta, fazendo com que atinja quem de fato tem super salários, auxílios exorbitantes e toda sorte de ‘benefícios’ que não fazem parte da realidade da grande massa da categoria”, criticou.
Definições
Ratificando que o Sindsep-AM é uma entidade de defesa dos trabalhadores, a diretoria reforçou a necessidade de trabalhar melhor as bases da categoria, esclarecendo os malefícios da Reforma Administrativa e pontuando a importância da união nessa luta. Devido à pandemia, no entanto, consideram não ser possível ainda voltar aos movimentos de rua, como passeatas e carreatas, o que lhes fez optar por uma adesão virtual às atividades do Dia Nacional de Lutas.
“Vamos fazer um manifesto para publicação massiva em nossas redes sociais, no site da entidade etc., e também elaborar uma live para o nosso Facebook, com uma forte reflexão e esclarecimentos sobre os impactos da PEC 32/20 para o serviço público”, finalizou o secretário-geral.