O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sérgio Nobre, defendeu na segunda (15) a necessidade de reajuste salarial para os servidores federais neste ano, mesmo diante das resistências do Ministério da Fazenda.
Nobre enfatizou que a ausência de aumento salarial só seria aceitável caso saíssem derrotados das negociações, que podem resultar em uma greve nacional. “Reajuste zero, só derrotado”, declarou ele durante um evento das centrais sindicais em preparação para o 1º de Maio.
Ele citou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao afirmar que “o próprio presidente nos ensinou que reajuste zero, só derrotado. Então eu espero que o ministro Fernando Haddad [Fazenda] encontre um espaço dentro do orçamento para atender a reivindicação dos trabalhadores”.
“Mesa de negociação nem sempre chega a acordo, mas é muito importante acontecer. E ela está acontecendo”, pontuou.
Os servidores ameaçam uma paralisação nos próximos dias se o governo federal não apresentar uma proposta que atenda às demandas. Na segunda (15), professores de diversas regiões do país iniciaram uma paralisação reivindicando um aumento de 22%.
A ministra Esther Dweck, da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, indicou na semana passada que há a intenção de conceder um aumento acima de 19% ao longo dos quatro anos do governo Lula, mas que a proposta inicial não incluía reajuste salarial para este ano – apenas dois aumentos de 4,5% em 2025 e 2026.
Em relação ao acordo proposto, Nobre comentou que os servidores enfrentaram sete anos sem diálogo e destacou o avanço representado pelo aumento de 9% concedido no ano passado. Ele ressaltou que além das questões salariais, há demandas relacionadas a carreiras e remunerações.
O apoio ao funcionalismo público está entre as principais bandeiras das centrais sindicais para o 1º de Maio deste ano. “Se não houver proposta nenhuma, o sindicato foi feito para lutar e as centrais vão dar todo o apoio à luta dos servidores públicos”, afirmou Nobre.
As celebrações do 1º de Maio devem incluir reivindicações como emprego digno, correção da tabela do Imposto de Renda, redução dos juros, aposentadoria justa, igualdade salarial e valorização do serviço público, com o slogan “Por um Brasil mais justo”.
Gazeta do Povo