A Condsef/Fenadsef vai encaminhar uma solicitação de audiência ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. O objetivo é discutir a segurança e proteção de servidores da Area Ambiental que estão sendo alvos de diversas ameaças no exercício de suas funções na proteção ambiental. Reportagem que foi ao ar nesse domingo, 29, no Fantástico, registrou uma série de ameaças sofridas por agentes do Instituto Chico Mendes (ICMBio) que atuam na região Amazônica. Além disso, os servidores relatam um problema já denunciado de modo insistente: a ausência de servidores suficientes para dar conta dos desafios impostos por uma região extensa e cheia de riscos. “Uma area com essa precisaria de pelo menos dez servidores fixos na unidade com equipamentos, rádio. Hoje somos dois”, conta Carlos Rangel da Silva, que trabalha como subchefe do Parque de Pacaás Novos.
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As ameaças denunciadas estão sendo investigadas, mas o clima de insegurança e violência contra os servidores que tem sido estimulado por discursos do próprio presidente da República, Jair Bolsonaro, causam enorme preocupação. Antes mesmo das eleições, Bolsonaro já declarava que pretendia acabar com o que chamou de “indústria de multas” do Ibama e que era preciso fazer uma “limpa” nos órgãos de proteção ambiental. As declarações, inclusive, geraram na época uma carta dos servidores contra o então candidato.
Categoria pede socorro
Preocupados com o clima de insegurança permanente que também inclui relatos de ambiente hostil dentro dos órgãos no exercício de suas funções diárias, servidores estão pedindo socorro. Uma petição online foi publicada e já conta com quase 35 mil assinaturas. Nela os servidores relatam sua luta e trabalho em servir à defesa do meio ambiente e exigem que parem os ataques contra quem trabalha para preservar a Amazônia. Ainda na petição, servidores relatam cortes de orçamento e remanejamento de equipes sem motivo, além de demissões de profissionais experientes e restrições na atuação dos fiscais. Três cartas direcionadas à sociedade também integram a petição.
Em março, um fiscal que multou Bolsonaro em 2012 chegou a ser exonerado de um cargo de chefia do Ibama. Esse não foi um caso isolado. Pareceres técnicos foram ignorados, operações desautorizadas e os ataques de Bolsonaro e também do ministro Ricardo Salles não pararam. Em agosto, servidores relataram que foram monitorados e sua exoneração foi cogitada simplesmente por organizar uma reunião da categoria.
A crise com servidores da Area Ambiental ocorre paralela ao maior ataque que a Amazônia já sofreu nos últimos anos. O aumento das queimadas que provocou inclusive um dia cinzento em São Paulo gerou uma preocupação mundial. A Condsef/Fenadsef espera que o ministro receba os representantes da categoria para discutir soluções e garantias de proteção que o Estado deve dar aos servidores. “É papel do Estado garantir a segurança desses servidores e vamos exigir que esse tratamento seja dado. Também queremos discutir melhorias nas condições gerais de trabalho da categoria”, pontuou Sérgio Ronaldo da Silva, secretário-geral da Condsef/Fenadsef.
Condsef/Fenadsef