Com intuito de coagir e controlar movimentos antifascistas que estão ganhando força ao se contrapor a manifestantes bolsonaristas que extrapolam em condutas claramente racistas, fascistas e extremistas, o governo Bolsonaro e seus apoiadores cobram medidas autoritárias e repressoras para calar aqueles que o criticam. Hoje, tentando empurrar uma narrativa de que os movimentos pró-democracia “são caso de polícia, não de política”, o vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, assinou artigo publicado pelo jornal O Estado de São Paulo elevando o tom para uma ameaça militar autoritária. A postura é gravíssima. A Condsef/Fenadsef avisa que tentativas de intimidação não vão surtir efeito nos que acreditam e defendem a democracia como caminho para construir uma sociedade melhor e mais justa. A entidade seguirá unida aos que combatem os fascistas que estão ombreados com esse governo que representa a verdadeira baderna e balbúrdia no País.
Em meio a nossa maior crise sanitária que já matou mais de 32 mil brasileiros, o governo Bolsonaro insiste em seguir ignorando a ciência, militarizando o setor público, além de tomar decisões irresponsáveis como o veto presidencial que impede o uso de mais de R$8 bilhões no combate à pandemia. Sem mencionar os diversos crimes de responsabilidade listados no mais amplo pedido de impeachment protocolado no último dia 21 de maio na Câmara dos Deputados. A Condsef/Fenadsef é uma das centenas de entidades signatárias do pedido. “Os estragos desse governo na vida dos brasileiros são incalculáveis e sabendo disso eles procuram meios de calar quem os critica. Não prosperarão”, disse Sérgio Ronaldo da Silva, secretário-geral da Confederação.
Respeito à Constituição
Respondendo as ameaças de Mourão que prega repressão policial contra protestos populares e garantidos pela Constituição brasileira, Sérgio rebate que “baderneiro” é o governo ao qual o general serve. “Não permitiremos a volta de 64 que parece ser o que interessa a esses que estão no momento no poder”, frisa. Nepotismo, o fortalecimento de alianças com representantes do centrão, da chamada “velha política”, corrupção, rede de fake news, escândalos e uso de simbolismos que reforçam exaltação a tortura, condutas racistas, não são poucos os sinais que o governo Bolsonaro e seus defensores dão de que não respeitam a Constituição, as instituições e nenhum dos pilares de nossa democracia.
Mascarando suas verdadeiras intenções, eles alimentam e tentam ampliar seu poder no aguardo de implementar um estado autoritário. Na semana passada, Eduardo Bolsonaro declarou não ser ‘mais uma opinião de se, mas de quando’ ocorrerá ‘momento de ruptura’. As forças legítimas de resistência a esse projeto autoritário devem continuar vigilantes e atuantes. “Respeitamos a situação delicada que o momento exige nos impondo restrições para aglomerações. Mas não irão nos calar. Seguiremos na linha de frente tanto do combate a essa pandemia, quanto na defesa de nossa democracia”, disse Sérgio Ronaldo.
Servidores vem realizando atos simbólicos contra os ataques do governo ao setor público. Na próxima semana, que marca o Dia Mundial do Meio Ambiente, entidades reunidas no Fonasefe organizam uma série de atividades também em defesa da democracia que pressupõe um Estado forte e garantidor de direitos previstos em nossa Constituição. Para Sérgio, o fascismo avança na medida em que não é enfrentando. “Não vamos deixar que fascistas ocupem espaços que sempre foram da classe trabalhadora. A luta que a gente perde é a luta que a gente não faz”, disse.
Condsef/Fenadsef