Durante a assembleia geral extraordinária realizada no dia 13 de abril, o secretário geral do Sindsep-AM, Walter Matos, falou sobre algumas de suas prioridades para 2018 e até o fim de sua gestão.
Uma delas é garantir reposição salarial da categoria, tendo em vista o não comprimento do acordo firmado, em 2015, com a então presidente Dilma Rousseff. Conforme o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), levando-se em consideração o acordo não cumprido, e a própria crise econômica por que passa do país, os servidores já acumulam uma perda de 25,96% sobre os seus vencimentos.
“Nós já protocolamos nossa campanha salarial do Ministério do Planejamento, mas, por enquanto, não há nenhum indicativo de negociação, até porque as poucas ‘mesas’ que foram estabelecidas anteriormente acabaram sendo fechadas pelo atual governo”, comenta Walter Matos.
Ele acrescenta que representantes das bases estaduais estarão reunidos na primeira semana de maio, em Brasília, para discutirem além da campanha salarial deste ano, a atual conjuntura do serviço público e outros assuntos como a criação do plano de luta e enfrentamento aos constantes ataques feito pelo governo Temer aos direitos dos trabalhadores.
O dirigente ressalta que a campanha salarial precisa estar visível à sociedade, para que se crie uma discussão ampla e com a participação de todos. “A estratégia mais adequada a atual é a resistência dos trabalhadores. Mas para isso é necessário que as entidades sindicais estejam envolvidas no enfrentamento, na luta direta pelos nossos direitos. Eu não vejo outro caminho a não ser este”, frisa Walter matos.
O secretário geral do Sindsep-AM destaca ainda que, durante o encontro em Brasília, será debatida uma possível paralisação no serviço público, caso não haja avanço nas negociações. “Após esse encontro, as decisões voltam para as bases estaduais, onde serão realizadas assembleias para que seja discutida a aprovação do indicativo de greve. A nossa luta é extremamente difícil, já que não temos nenhum indicador de negociação”.
Outra pauta que estará em discussão no encontro nacional, em maio, é a deficiência no quadro de funcionários. De acordo com Matos, atualmente, o serviço público conta com 30% do abono permanência, ou seja, quase a metade dos servidores já está apta a se aposentar, porém, não podem concluir o processo devido a EC95/16, que impede a realização de novos concursos públicos.
“Esses servidores não se aposentam porque o serviço público precisa deles. No entanto, o governo não paga a previdência social no período que estaria relacionado à ‘aposentadoria’. A administração precisa voltar a empregar e para isso ela precisa de investimentos. É nessa linha que nós estaremos construindo a nossa luta”, finaliza o sindicalista, lembrando que a revogação da EC95/15 será sua outra prioridade em mais este ano de mandato.