Diante do massacre promovido contra o serviço público e os servidores pelo atual governo, a CUT lançou, no último dia 20, a campanha Brasil Forte: Serviço Público e Estatais de Qualidade. O lançamento aconteceu durante audiência pública sobre o tema, na Comissão dos Direitos Humanos do Senado Federal. A ação pretende fazer frente ao cenário de precarização imposto aos servidores públicos. O objetivo da campanha também é o de promover o debate e a luta contra os retrocessos promovidos pelo governo ilegítimo de Michel Temer.
Durante a campanha, estão previstas diversas atividades. A CUT encabeçará plenárias regionais por todo o país para discutir com os movimentos sociais, políticos, populares e sociedade em geral sobre o tema. Também está prevista uma grande mobilização, ainda sem data e local marcados, que será organizada em conjunto.
“Vamos mobilizar o maior número de servidores públicos. Esperamos que todos tenham consciência da importância de nos unirmos nesse momento para enfrentarmos todos os retrocessos que estão impondo aos servidores públicos e à população brasileira. Só poderemos combater tudo isso que está acontecendo se estivermos unidos e em grande número”, alertou o coordenador geral do Sindsep-PE, José Carlos de Oliveira.
A campanha será regida por três pilares principais. O primeiro deles é a revogação da Emenda Constitucional 95, que congela por 20 anos os gastos públicos e investimentos nas áreas sociais. Aprovada em dezembro de 2016, o projeto já produz efeitos negativos em relação aos direitos sociais e ao reajuste do funcionalismo público. Nas mesas de negociação entre representantes dos servidores e governo, a primeira alegação dos governistas é de que a EC 95 impede qualquer reajuste salarial, mesmo que seja acompanhando a inflação.
“Esse fator é bastante preocupante, ainda mais para um país que estava avançando nas discussões por um Brasil decente, inclusivo e igualitário, e agora estamos em um caminho completamente contrário”, observa a secretária de Relações do Trabalho da CUT Nacional, Graça Costa.
Outro eixo da campanha estará centrado na defesa das estatais públicas e a serviço da sociedade. A campanha mostrará os malefícios que serão causados com as privatizações e a venda do patrimônio público.
“Na verdade, toda a contra propaganda que é feita nos grandes meios de comunicação contra o serviço público e os servidores, com a mentira de que não atendemos a população a contento, é a maneira que encontraram para levar o brasileiro a acreditar que as privatizações são necessárias. Mas toda a população, sobretudo a parcela mais carente, se beneficia dos serviços públicos. Imaginem se tudo fica na mão da iniciativa privada. Só os ricos terão acesso”, comentou José Carlos.
O terceiro pilar da campanha Brasil Forte: Serviço Público e Estatais de Qualidade pauta a valorização do serviço público e das estatais. O Brasil precisa ter um serviço público de qualidade que atenda as necessidades da sociedade. Para isso, é necessário que os trabalhadores tenham condições dignas de exercer suas tarefas. Isso envolve mais investimentos no setor, mais concursos públicos e boas negociações coletivas que contribuam para novas conquistas e não retirem direitos.
Fonte: CUT