Diante da insatisfação dos servidores públicos com o reajuste de 5% oferecido pelo governo federal, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta terça-feira (17) que lamenta a perda do poder aquisitivo do funcionalismo e prometeu uma recuperação “em breve”. Bolsonaro não falou em reajuste salarial, mas disse que haverá melhora no poder aquisitivo, em especial para a Polícia Rodoviária Federal.
“Lamentamos a perda do poder aquisitivo por causa da política do fique em casa, a economia a gente vê depois, e de uma guerra lá fora. Mas estamos voltando à normalidade. Lamentamos o poder aquisitivo dos servidores públicos, mas tenho certeza que brevemente isso será recuperado, em especial a Polícia Rodoviária Federal, que está nos acompanhando neste momento”, afirmou, em discurso na cidade de Propriá, no Sergipe, onde foi inaugurar a duplicação de um trecho de 40 quilômetros da BR-101.
O presidente também exaltou medidas como corte de impostos e a criação do Pix.
“Além de diminuir impostos em vários produtos da cesta básica e zerar imposto do óleo diesel, também criamos o Pix, onde cada um que, porventura, passe a operar o Pix, passou a ser um microempresário. Fazemos um governo, apesar dos poucos recursos e dos problemas, de realizações”, afirmou.
O Pix, no entanto, é um sistema de pagamentos e transferências —uma ferramenta que o usuário pode utilizar para fazer uma compra em um estabelecimento pequeno ou grande, ou enviar dinheiro a um amigo, por exemplo. Não é algo que seja “operado” apenas por microempresários.
Bolsonaro planejou dar reajustes, neste ano de eleições, apenas às Polícias Federal e Rodoviária Federal, que considera parte de sua base eleitoral. No entanto, a reação de servidores de várias áreas, que chegaram a entrar em greve —em especial do Banco Central—, forçou o governo a distribuir os recursos previstos no Orçamento para todos os servidores, o que levou a um reajuste de apenas 5%.
A decisão, no entanto, continuou a não agradar, por não repor nem mesmo a inflação dos últimos 12 meses, e ainda insuflou uma revolta na PF, que cobra a reestruturação da carreira —com aumentos salariais correspondentes— prometida por Bolsonaro.
Por causa das eleições gerais de outubro, o governo está proibido por lei de dar reajustes maiores que a inflação aos servidores.
Com Reuters
Folha de São Paulo