O presidente Jair Bolsonaro (PL) revelou, na noite desta última sexta-feira (11/2), que a “grita geral” de servidores que estão ameaçando entrar em greve por reajuste salarial, como os do Banco Central, pode obrigar o governo a recuar da intenção de dar aumento aos funcionários das Polícias Federal e Rodoviária Federal e do Departamento Penitenciário Nacional.
“Se houver entendimento por parte dos demais servidores, [sei] que alguns ameaçam greve e etecetera, a gente pretende conceder a recomposição aos policiais federais, rodoviários federais e agentes penitenciários”, disse Bolsonaro, em entrevista à TV Brasil, que é estatal. “Se não houver entendimento, a gente lamenta e deixa para o ano que vem”, completou ele.
O Orçamento público de 2022 prevê R$ 1,8 bilhão para reajuste de servidores federais, mas não indica que categorias devem ser beneficiadas e nem as porcentagens de aumento.
O presidente voltou a acenar às categorias do serviço público dizendo que “todos merecem” ter os salários reajustados, mas argumentou que “a pandemia nos deixou numa situação sem recursos”.
Bolsonaro admitiu ainda que escolher categorias para beneficiar e deixar outras de fora é uma atitude “polêmica”.
O presidente tem insistido na confirmação do reajuste e da reestruturação nas carreiras policiais porque as categorias fazem parte de sua base de apoio e porque ele já se comprometeu com os representantes das categorias.
No Ministério da Economia e em parte da ala política do governo, porém, é grande a pressão para que ele não dê aumento para ninguém e evite uma onda de insatisfação e greves em meio à campanha pela reeleição.
Veja a íntegra da entrevista do presidente (a pergunta sobre os reajustes é a última):
Metrópoles