Na manhã desta quarta-feira (21), servidoras e servidores ativos e aposentados do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) se reuniram na biblioteca do órgão federal para discutir a reestruturação das carreiras e o reajuste salarial da categoria. No próximo dia 28 de fevereiro, as entidades sindicais e o governo federal irão participar da Mesa Nacional de Negociação para tratar da recomposição salarial e de benefícios.
“O mais importante é o Sindsep-AM reafirmar o seu compromisso em defesa dos servidores públicos e dos trabalhadores da ciência. Hoje, conseguimos passar os informes e manter a mobilização aquecida em relação a essa reunião do próximo dia 28”, comenta o secretário de administração do Sindsep-AM, Jorge Lobato. Além dele, estiveram presentes os secretários Menandro Sodré (Finanças) e Gleig Corrêa (Formação Política e Sindical).
A proposta devolutiva do governo, criticada pelas entidades sindicais, é de não pagar reajuste em 2024 e repassar 9% em duas parcelas, em 2025 e 2026. A mesma proposta inclui aumentar o auxílio-alimentação de R$ 658 para R$ 1mil; a contrapartida dos planos de saúde de R$ 144 para R$ 215; e o auxílio-creche de R$ 321 para R$ 484,90.
As entidades apresentaram uma contraproposta unificada para todo o conjunto de servidores, que divide o reajuste para dois blocos. O primeiro receberia um reajuste de 34,32% em três parcelas a serem pagas em 2024, 2025 e 2026. Já o segundo, de 22,71%, a ser pago em três parcelas em 2024, 2025 e 2026.
O primeiro bloco se refere aos servidores federais que, em 2015, fizeram acordos para receber reajuste por dois anos (2016 e 2017). Já o bloco dois é referente aos servidores federais que, em 2015, fecharam acordos para receber reajustes entre 2016 e 2019, o que fez com que tivessem um repasse maior e uma menor defasagem.
Lobato ressaltou que além da reunião da Mesa Nacional, deve haver posteriormente (ainda sem data) um encontro da Mesa Setorial de Negociação para a área de ciência e tecnologia. Dentre as principais pautas do setor estão a reestruturação de órgãos públicos, como o Inpa, a reestruturação das carreiras e a incorporação de gratificações como a GQ e a GDCT ao salário.
Mobilização
O secretário de administração disse que o setor público está em boa oportunidade para alavancar as lutas, considerando a possibilidade de negociação com o governo e a mudança na gestão do Inpa. “Já fomos proibidos de nos reunir aqui. O sindicato ficou sem poder até mesmo prestar auxílio jurídico para os servidores, aqui dentro.
Agradeço ao nosso novo gestor, o Henrique Pereira, porque ele falou numa entrevista para o nosso boletim que o Inpa precisa de recomposição de pessoal e isso é muito importante, a posição dele”, afirmou Lobato.
Outro evento que deve mobilizar a categoria é uma caravana dos servidores da carreira de C&T marcada para o dia 5 de março. Pela manhã, o ato público será em frente ao Ministério da Ciência e Tecnologia, em Brasília (DF). À tarde, a concentração se dará em frente ao Ministério da Gestão e Inovação (MGI) na mesma cidade.
Participação
Atentos às discussões, servidores ativos e aposentados do Inpa lotaram o auditório da biblioteca e participaram do debate, tirando dúvidas e compartilhando pensamentos sobre o tema. O aposentado do Inpa, José Vicente de Souza, disse estar confiante na discussão entre entidades sindicais e governo e avaliou a assembleia desta quarta como “necessária”.
“Creio que vai dar certo. Nunca desacreditei que possa haver sucesso nessa negociação entre as entidades e o governo. Claro que depende de um e de outro, mas sempre estive otimista, porque é o mínimo. Agora precisa, sim, ser igual para todos. A proposta que for fechada deve alcançar ativos e aposentados”, defendeu.
Ascom/Sindsep-AM