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A população sente no bolso e reclama: os preços dos alimentos continuam em alta, tornando cada ida ao supermercado um desafio. Em entrevista, o presidente Lula disse que combater a inflação e a alta dos alimentos é prioridade do governo. O cenário atual empurra e desafia a tomada de providências e investimento em ações concretas e eficazes para a solução desta crise.
A Conab, que desempenha um papel essencial na garantia da soberania alimentar do país, sofreu com o fechamento de mais de 27 armazéns, só em 2019, durante o governo Bolsonaro.
A Companhia tem como missão garantir ao pequeno e médio produtor os preços mínimos e armazenagem para guarda e conservação de seus produtos, suprir carências alimentares em áreas desassistidas ou não suficientemente atendidas pela iniciativa privada e formar estoques reguladores e estratégicos objetivando absorver excedentes e corrigir desequilíbrios decorrentes de manobras especulativas. A Conab precisa ser fortalecida para garantir a regulação dos preços e evitar a escassez de alimentos no mercado interno.
O ministro Rui Costa afirmou que o governo procura um “conjunto de intervenções que sinalizem para o barateamento dos alimentos”, declaração que causou alvoroço do “mercado” e de representantes da bancada do agro. O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) no Congresso, deputado federal Pedro Lupion (PP-PR), chegou a afirmar que seriam mais eficientes “medidas visando o corte de gastos públicos”.
Para a Condsef/Fenadsef, aqueles que estimulam “cortes” em investimentos públicos são os mesmos a atacar direitos dos povos indígenas, atacar os que defendem e atuam para o avanço das políticas de reforma agrária e fomento à agricultura familiar. Tudo isso está na equação até chegar às prateleiras dos supermercados e traz como resultado menos comida e menos comida de qualidade para a mesa dos brasileiros.
A solução para a inflação dos alimentos passa por decisões que enfrentem os interesses dos grandes exportadores, do agronegócio e das grandes redes varejistas. Retomar os estoques reguladores, taxar exportações e enfrentar a concentração no setor alimentício são medidas que impactam diretamente os preços e beneficiam a população.
Conab pública e forte: essencial para controle de preços dos alimentos
Fortalecer a Conab, ponta fundamental desse tripé de sustenção do controle de preços dos alimentos, implica em assegurar investimentos sólidos e também valorizar seus trabalhadores. Os empregados da Conab estão em negociação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2024/2025 desde setembro de 2023, e seu atual ACT foi prorrogado pela sexta vez. A pauta da categoria inclui melhoria das condições de trabalho, ampliação de direitos e qualidade de vida.
O governo precisa agir para garantir que os trabalhadores, que tanto esperaram por melhorias após anos de crise, possam ter acesso a uma alimentação de qualidade a preços justos. O mercado pode reagir negativamente, mas é o povo quem mais precisa dessas medidas.
A Conab pública e forte é um dos pilares dessa luta!
Condsef/Fenadsef