
A recente decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de elevar a taxa Selic para 14,25% ao ano, anunciada em 19 de março de 2025, reacende o alerta para os servidores públicos e para toda a sociedade trabalhadora brasileira. A Condsef/Fenadsef e suas entidades filiadas manifestam repúdio à medida que, em um país que já registra uma das maiores taxas de juros do mundo, penaliza a classe trabalhadora e a economia real, beneficiando apenas os interesses do mercado financeiro e dos especuladores.
Conforme afirmado pela CUT em nota, o novo aumento da taxa Selic beneficia exclusivamente banqueiros, agiotas e rentistas, que lucram com a elevação da dívida pública e das taxas de juros e acumulam ganhos recordes às custas do endividamento das famílias e da estagnação da economia real.
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As sucessivas elevações da Selic, ao ampliar o custo do serviço da dívida pública, pressionam as contas do governo federal e reduzem o espaço fiscal para investimentos em infraestrutura e políticas sociais. Além disso, desestimulam o investimento produtivo e direcionam os capitais nacionais e estrangeiros para a especulação financeira, afetando negativamente a geração de empregos, a oferta de trabalho decente, a distribuição de renda e o poder de compra, especialmente de alimentos.
Conforme avaliação divulgada pela Auditoria Cidadã da Dívida (ACD), “todo o processo de definição das taxas de juros – que tem sido o principal fator de crescimento da dívida pública, que não tem servido para investimentos sociais, mas somente para pagar os próprios juros e principal da dívida – está repleto de ilegitimidades, devendo ser alvo de profunda auditoria, feita com participação da sociedade”.
A ACD tem demonstrado que o processo de endividamento público tem sido usurpado por um conjunto de mecanismos financeiros cada vez mais sofisticados e levianos, que continuamente transferem dinheiro público para bancos e grandes rentistas. Esses mecanismos “geram” uma dívida pública sem contrapartida, entre os quais estão as elevadíssimas taxas de juros.
E como isso me afeta?
A questão tem ampla correlação com os ataques aos direitos dos trabalhadores. Os cortes de gastos sociais, na verdade, mascaram um mecanismo que subtrai recursos fundamentais para o desenvolvimento do país. Essa realidade evidencia o quanto o endividamento tem servido de justificativa para o teto de gastos e medidas que restringem investimentos em áreas estratégicas, como saúde, educação e segurança no trabalho.
A Condsef/Fenadsef e suas filiadas vão seguir denunciando que essa escalada dos juros aprofunda a desigualdade social, restringe investimentos produtivos e compromete o crescimento econômico. Reafirmamos o compromisso com um Estado que esteja a serviço da população trabalhadora brasileira.
Condsef/Fenadsef