A solenidade de abertura do 4º Congresso do Sindsep-AM, ocorrida na noite desta sexta-feira (3), em Manaus, teve como destaque um breve balanço das conquistas, dificuldades e desafios dos servidores federais do Amazonas e do Brasil. Além de questões específicas da categoria, também ganharam espaço nos discursos questões sociais, econômicas e políticas.
Os representantes sindicais que compuseram a mesa solene ressaltaram que, apesar da eleição de um governo aberto ao diálogo, as pautas sociais continuam enfrentando muitas dificuldades, devido ao Congresso ser majoritariamente composto por parlamentares de cento e de direita, que atuam em favor do capital.
Entre tantas vitórias conquistadas ao longo dos anos de luta do Sindsep-AM, três mereceram destaque especial na abertura do Congresso: a reintegração dos servidores demitidos no governo Collor; a garantia de incorporação da gratificação para ativos, aposentados e pensionistas e de 100% (valor integral) da Gacen no contracheque dos servidores da Funasa e do Ministério da Saúde.
Já entre as dificuldades e desafios atuais da luta dos servidores foi ressaltada a reestruturação das carreiras (com realinhamento das tabelas) e a valorização do serviço público, hoje muito atacado pela mídia e por políticos que querem privatizar todo e qualquer serviço destinado ao cidadão, a exemplo da saúde e da educação.
Realidade
Em sua fala de abertura, após saudar os presentes, o secretário geral do Sindsep-AM, Walter Matos, fez um breve relato da realidade enfrentada nos últimos anos pela classe trabalhadora no serviço público, e lamentou que o atual Congresso tenha menos participantes que os anteriores, quando chegou a reunir mais de 300 delegados.
“Além da grave crise sanitária causada pela pandemia de Covid, na qual perdemos muitos companheiros e companheiras, os sindicatos sofreram grandes perdas no governo anterior (de Bolsonaro)”, comentou, lembrando dos efeitos da MP 873/19 e de outras manobras nesse sentido, através do Sigepe e, posteriormente, do SouGov, que permitiram a desfiliação sem que o servidor precisasse passar pelas entidades.
“Isso foi um golpe muito duro, pois levou ao enfraquecimento das organizações representativas da classe, e o Sindsep-AM também sentiu os efeitos desses ataques”.
Matos ressaltou ainda as dificuldades com a Internet no interior do Estado e a falta de acesso a celulares mais modernos por parte de alguns servidores. Por tudo isso, garantiu que, embora menor em quantidade de participantes, o 4º Congresso do Sindsep-AM terá grandes discussões, que vão de questões específicas à crise humanitária internacional.
Outras falas
Outros líderes presentes na mesa solene também levantaram questões importantes a serem abordadas no 4º Congresso e desejaram sorte aos participantes. O professor Jacob Paiva, presidente da Adua, por exemplo, destacou a necessidade de união da categoria, assim como de maior valorização das mulheres.
O atual diretor do Inpa, Henrique dos Santos Pereira, ressaltou que, embora esteja num cargo em que representa o governo, também se reconhece como servidor, e luta, na medida do possível, para que as pautas dos trabalhadores cheguem a quem pode atendê-las.
Já o presidente do Sindsep-DF, também membro da executiva da Condsef, Oton Pereira Neves, ressaltou o crescimento da direita no mundo, e citou exemplos não só no Brasil, mas também nos EUA, Argentina, França, Portugal e muitos outros países. “É lamentável, mas é real. Então nós, enquanto sindicalistas, temos de ter sabedoria, ou seja, exigir de forma veemente nossas reivindicações e direitos, mas sem botar água no moinho da extrema direita. Esse é nosso maior desafio”, enfatizou.
Após a abertura solene, os convidados do 4º Consindsep-AM foram recepcionados em um coquetel.
Ascom/Sindsep-AM