O desenvolvimento científico e tecnológico é estratégico para o futuro do país. Se, no discurso, o governo Bolsonaro reconhece esse fato, na prática tem andado, em tão pouco tempo, em sentido contrário, atuando fortemente no desmonte da área.
À venda da Embraer – exemplo único no mundo de entrega do conhecimento estratégico produzido por um país a um adversário comercial a preço de banana – somam-se ações e inaçôes que vêm desmontando a estrutura de produção de conhecimento construída ao longo dos anos, com o dinheiro e o sacrifício do povo brasileiro. Esse é o caso da reforma da previdência.
Vendida como “medida necessária” para sanear o governo, a reforma mantêm privilégios para algumas castas enquanto sacrifica e ameaça direitos dos trabalhadores em geral. Adicionalmente, professores, pesquisadores e demais carreiras de C&T sofrem com ameaças particulares ventiladas pelo governo para essa reforma, como é o caso da retirada das gratificações por titulação do salário quando de sua aposentadoria.
Sob ameaça de perder direitos, centenas de profissionais de institutos de pesquisa e universidades, que já têm tempo para tanto, têm se aposentado como forma de evitar futuras perdas. E isso é uma tragédia para o país.
Falamos de profissionais altamente qualificados, com pesquisas de ponta em áreas como agricultura, aeronáutica, matemática, química, energia nuclear, educação, medicina, dentre outras. Gente que se aposenta, levando consigo para casa – ou para os novos destinos profissionais, afinal seu conhecimento é cobiçado, por exemplo, por países que entendem a importância de mão de obra especializada – sua maior riqueza: o saber acumulado.
A tragédia seria menor se houvesse uma política de reposição de mão de obra. Mas o discurso hegemônico que há tempos diz que “servidores públicos são gasto”, que “o Estado está inchado”, tem impedido investimentos também em recursos humanos. Concursos públicos são cada vez mais raros; bolsas de formação vivem em constante ameaça.
Sem esses instrumentos de repasse de conhecimento toda expertise acumulada se perde. Some-se a isso o sucateamento material das instituições de pesquisa e temos o quadro trágico de um país, que abre mão de um futuro melhor para sua população e que opta pelo caro caminho da subserviência a quem entende que saber é poder e soberania.
Indo na contramão dessa lamentável visão de governo e país, nós do SOS C&T unimo-nos à luta das entidades dos trabalhadores da ciência e tecnologia, como o Fórum de C&T, em sua luta por CONCURSO PUBLICO JÁ.
CIÊNCIA E TECNOLOGIA NÃO É GASTO, É INVESTIMENTO NO FUTURO!
JUNTE-SE À LUTA POR CONCURSO PÚBLICO E PELO FORTALECIMENTO DO SISTEMA DE BOLSAS DE PESQUISA DO PAÍS.