O Sindicato dos Servidores Público Federais no Amazonas (Sindsep-AM) realizou nesta sexta-feira (18), em sua sede, na Luiz Antony, Centro de Manaus, o Seminário Planejamento, Estratéga e Informação.
O evento, que contou com a participação massiva dos diretores da entidade, teve como objetivo debater a atual conjuntura de ataques ao serviço público e seus servidores, bem como traçar uma linha de ações para o enfrentamento do problema, acentuado a partir do golpe que levou à chefia do Executivo nacional o ilegítimo presidente Michel Temer.
Durante todo o dia, foram discutidas medidas que têm levado ao enfraquecimento dos sindicatos e apresentadas propostas que visam reverter a situação, sobretudo pela onda de desfiliações que tem atingido as entidades em todo o país nos últimos tempos.
No evento, o secretário-geral do Sindsep-AM, Walter Matos, reforçou a ideia de fortalecimento das campanhas que visam revogar a emenda constitucional 95, promulgada em dezembro de 2016. A medida de ajuste fiscal congela por 20 anos os investimentos nos principais setores públicos, afetando diretamente a saúde, educação, segurança e também as entidades sindicais.
Walter matos destaca que esse seminário é um meio de qualificar os dirigentes do Sindsep-AM para o enfrentamento do problema junto às suas bases, onde devem ocorrer debates sobre o tema de forma ampla e objetiva. O secretário-geral afirma que essa conjuntura de constantes ataques aos servidores faz parte do golpe iniciado há três anos.
“Estamos vivendo momentos de ataques, seja ela a liberdade individual ou coletiva. Precisamos nos preparar para enfrentarmos o Governo Federal. Para nós, não há uma saída nessa conjuntura que não seja a luta unitária do campo e da cidade na perspectiva de derrubamos o golpe”, frisa.
Segundo o sindicalista, atualmente, os órgãos estão sucateados, paralisados, com mais 40% dos servidores no regime de abono permanência e sem perspectivas de melhorias. Ele ressaltou que isso faz parte do plano e da política reacionária implantada pelo golpe, de ataque direto às instituições públicas de forma severa e cruel.
Filiações e fortalecimento
Também durante o seminário, a direção do Sindsep-AM anunciou que vai iniciar uma ampla campanha de filiação ao sindicato, pois é preciso fortalecer ainda mais a entidade para esse processo de luta e enfrentamento. Só entidades fortes e acreditadas por suas bases terão condições de lutar contra o atual cenário de desmonte do país.
Walter salienta que o novo ataque do governo às entidades sindicais vem contribuindo também para o aumento das desfiliações, uma vez que, hoje, não é mais preciso ir até à sede do sindicato para realizar o desligamento.
“O governo permitiu que os servidores se desfiliassem pelo Sistema de Gestão de Pessoas do Governo Federal (Sigepe). Esse processo até então era feito somente pelo sindicato. Para enfrentarmos isso, é preciso um diálogo esclarecedor com quem está se desfiliando. E mais do que isso, precisamos investir em políticas de sindicalização. Nós entendemos que é preciso crescer ainda mais o sindicato para enfrentarmos os ataques, não temos outra fonte contributiva que não seja os servidores associados ao sindicado”.
Para o secretário de finanças do Sindsep-AM, Menandro Sodré, o seminário seguiu pelo caminho certo, com discussão claras, planejamento e estratégia para se enfrentar essa grave crise que vem assombrando os órgãos e servidores públicos. Segundo ele, somente com a revogação da EC95/16 será possível pensar no cumprimento de acordos, de financiamento para os órgãos e aberturas de novos concursos.
“Nós precisamos organizar os servidores para que eles se oponham contra mais esse golpe. Tudo que foi discutido no seminário sobre essa grande demanda será elemento da direção para socializar em cada órgão. Precisamos reagir a esses ataques do governo”, comentou Sodré.
Também foi debatida no evento a nova eleição para o Sindsep-AM, o remanejamento de alguns secretários e as diversas deficiências das delegacias sindicais. “Essas delegacias recebem dinheiro, mas não têm política alguma. Vamos tirar desse seminário um calendário de atividades para que elas possam acompanhar as políticas dos sindicatos”, comenta Walter Matos.