Representantes da maioria do Executivo em todo o Brasil realizam nessa quinta-feira, 3, em Brasília encontros setoriais convocados pela Condsef/Fenadsef. Na pauta dos encontros, mais de 20 categorias que compõem a maioria dos servidores federais debatem conjuntura, saídas para crise em planos de autogestão, como Geap, Capsaúde, além de discutir ações para garantir que o governo cumpra com acordos firmados em 2015 e ainda pendentes. A Condsef/Fenadsef esteve no Ministério do Planejamento novamente na última semana e mais uma vez os representantes do governo apontaram a Emenda Constitucional (EC) 95/16 como empecilho para o atendimento de reivindicações com qualquer impacto orçamentário. Dado recentemente divulgado mostra que o investimento público no Brasil atingiu seu menor nível em 50 anos. O engessamento de investimentos no setor público preocupa.
Para que o País consiga retomar fôlego e recuperar sua capacidade produtiva é essencial que o Estado garanta investimentos públicos. Com a EC 95 congelando o setor por 20 anos, o cenário de terra arrasada tende a piorar. Como resultado, o desemprego aumenta, a economia segue estagnada e os brasileiros, que seguem pagando impostos, não veem esse investimento ser revertido no acesso a serviços públicos de qualidade. É preciso debater com a sociedade que modelo de Estado queremos. Pois se nada for feito a respeito desse cenário, os impostos vão continuar sendo cobrados e os serviços estarão cada dia mais sucateados.
O que tem se visto é incentivo a privatizações que transferem para o mercado especulativo internacional lucros de estatais e setores estratégicos para o Brasil. A Petrobras já rende lucro para empresas estrangeiras e a Eletrobras também está na mira do setor privado. A própria reforma da Previdência, que seguimos combatendo de forma intensa, abre um campo promissor para o mercado privado de aposentadoria.
As cobranças de acordos firmados e ainda não cumpridos, e a necessidade de avançar em temas que envolvem melhoria das condições de trabalho dos servidores e de atendimento à população também vão estar em evidência nos encontros setoriais. De lá devem sair importantes decisões e as estratégias centrais de reação das diversas categorias do setor público a tantos ataques.
Condsef/Fenadsef