Nesta quarta-feira (30), servidores do Inmet de diversos estados realizaram um Dia de Luta com paralisação de atividades. Em Brasília, os servidores protestaram em frente à sede do instituto que completa 115 anos no próximo dia 17 de novembro. Atividades foram registradas também em São Paulo, Pernambuco, Minas Gerais, Goiás e Pará. O movimento foi aprovado na última reunião ampliada da categoria que discutiu os efeitos do grave desmonte que vem ocorrendo no órgão, além da necessidade de garantir a migração dos atuais servidores para a carreira de Ciência e Tecnologia.
Com faixas cobrando respeito e denunciando que “a tormenta chegou ao Inmet”, os servidores reforçam o alerta de um colapso no órgão oficial de meteorologia do Brasil. Em matéria publicada divulgando o dia de paralisação dos servidores do Inmet, a Folha de São Paulo destacou que a falta de profissionais no serviço público de meteorologia foi mostrada pelo jornal há quase um ano. “Em dezembro de 2023, o Inmet contava conta com apenas 27 meteorologistas para prever e alertar estados e municípios sobre os reflexos das mudanças climáticas em curso”, aponta a matéria.
A Folha ouviu o diretor da Condsef/Fenadsef, Ismael José César, que reforçou a situação “dramática” pela qual o Inmet passa. “Está faltando tudo, desde pessoal a estrutura”, disse. Ainda que o governo tenha anunciado previsão para 2025 de concurso para 80 servidores de nível superior, sendo 40 vagas para meteorologistas, o diretor da Confederação alerta que é insuficiente para retomar os quadros do instituto.
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Quem responderá pelo apagão climático no Brasil?
No documento “Quem responderá pelo apagão climático no Brasil?”, que denuncia a situação de descaso com o Inmet, a Condsef/Fenadsef aponta para o risco de fechamento de estações meteorológicas centenárias reconhecias pela OMM (Organização Meteorológica Mundial) como observatórios climáticos do planeta.
No ato, em Brasília, Ismael ressaltou a importância do Inmet para a climatologia do país, especialmente no momento em que o mundo discute a previsibilidade de desastres climáticos. “O governo precisa entender a importância de investir no Inmet e em seus servidores para garantir uma previsão de tempo de qualidade, tão necessária para auxiliar em atividades de segurança nacional, como o planejamento de safras e a segurança alimentar, o monitoramento para as ações, preparação e respostas aos desastres naturais; para auxiliar na agricultura, no turismo, na pesca; e para subsidiar diversas políticas públicas no Brasil, como as de combate à seca, Seguro Garantia Safra, entre outras”, afirmou.
Audiência para discutir situação
A Condsef/Fenadsef continua buscando confirmar uma audiência com o ministro da Agricultura, Carlos Faváro, para tratar do assunto. O pedido de audiência também foi enviado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Márcio Costa Macêdo.
A mobilização e a unidade dos servidores devem continuar sendo fortalecidas no processo de luta por investimentos adequados e atendimento das demandas mais urgentes da categoria que incluem enquadramento dos servidores do Inmet na carreira de Ciência e Tecnologia, realização de concursos, melhores condições de trabalho e abertura de diálogo institucional para reestruturação do órgão.
Confira imagens dos atos nos estados: AQUI
Condsef/Fenadsef