Os servidores do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em Manaus decidiram paralisar suas atividades por 24 horas nesta quarta-feira (26). A paralisação tem como objetivo chamar a atenção da sociedade e das autoridades para as reivindicações da categoria, que enfrenta um processo de desestruturação.
A decisão foi tomada hoje durante um encontro com o secretário-geral do Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Amazonas (Sindsep-AM), Walter Matos, e o secretário de cultura e movimentos sindicais da entidade, Edivaldo Machado Marinho. Ambos manifestaram total apoio à insatisfação dos trabalhadores.
Segundo Mauro Dourado, antropólogo e funcionário de carreira do Iphan, a paralisação faz parte de um calendário nacional de mobilizações dos órgãos vinculados ao Ministério da Cultura. “Em Manaus, os trabalhadores estarão mobilizados a partir das 9h no Museu da Cidade, realizando diversas ações,” explicou Dourado.
Atividades de mobilização
Durante a paralisação, os servidores do Iphan planejam produzir materiais informativos para sensibilizar a comunidade sobre o papel crucial do Iphan na proteção do patrimônio, licenciamento ambiental e preservação de bens tombados e comunidades tradicionais. “Vamos demonstrar o potencial e a importância dessa política pública, além das consequências caso o órgão deixe de funcionar,” destacou Dourado.
Além dessas atividades, os servidores irão planejar futuras paralisações, conforme definido no calendário de lutas. Pela manhã, no Museu da Cidade, serão elaborados textos para redes sociais e o jornal do Sindsep, além de articulações com detentores culturais, como capoeiristas, grupos de boi-bumbá, quilombolas e escolas de samba. “À tarde, faremos fotos com cartazes e faixas nos bens culturais,” acrescentou Dourado.
Próximas mobilizações
No dia 28 de junho, os servidores participarão de um fórum na Universidade Federal do Amazonas (UFAM), às 14h, onde haverá um momento de fala para convidar os colegas a aderirem a uma paralisação de 48 horas nos dias 10 e 11 de julho. “No dia 10, participaremos do evento Tacacá na Bossa, no Largo São Sebastião, e no dia 11, encontraremos detentores da cultura e outros servidores federais para um ato em defesa do setor, com o tema ‘A Cultura REvoltou’,” explicou Dourado.
Os servidores reclamam da falta de apoio do presidente nacional do órgão e da ausência da Ministra da Cultura nas negociações salariais iniciadas no ano passado. A desvalorização do trabalho é apontada como um dos principais fatores para a falta de interesse dos aprovados no concurso de 2018 em tomar posse dos cargos disponíveis.
O Sindsep-AM reforça seu compromisso com a valorização da cultura e a defesa dos direitos dos servidores. A categoria está unida na busca por melhores condições de trabalho e pela preservação do patrimônio histórico e artístico.
Ascom/Sindsep-AM