Após o Dia de Mobilização Nacional dos servidores públicos federais por reajuste salarial, na terça-feira (12), dirigentes das entidades representativas do funcionalismo, como o Fonacate (Fórum das carreiras Típicas de Estado) e a Fonasefe (Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social), fizeram uma mobilização no Congresso Nacional durante reunião da Comissão Mista do Orçamento que aprovou o relatório final da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024, na quarta-feira (13).
Os sindicalistas pressionaram os deputados e senadores presentes na reunião para que incluíssem no Orçamento recursos para a recomposição salarial dos servidores. “0% eu não aguento, quero ver o servidor no orçamento!”, bradavam os diretores das entidades.
De acordo com os diretores da Fenasefe, “todas as emendas que tratam de reajuste em salários ou auxílios foram rejeitadas” pelo relator, deputado federal Danilo Forte (União/CE).
Conforme a leitura do relatório final pelo relator, do total de 2.200 emendas sobre vários temas apresentadas, apenas 100 foram acatadas integralmente, 1.081 emendas acatadas parcialmente e 950 totalmente recusadas, entre elas todas as que tratam de salário. Diante da leitura, os dirigentes sindicais e servidores gritavam: “queremos o servidor no Orçamento!”.
Após o protesto, o relator justificou a rejeição das emendas afirmando que todas as categorias serão tratadas de forma individual – e não coletivamente – pelo governo, a partir do início de 2024. “Cada categoria será tratada por uma lei específica, conforme conversei com a ministra de Gestão e Inovação, Esther Dweck”, afirmou o deputado.
“O que a gente cobra é a recomposição das perdas dos últimos seis anos. De 2017 a 2023, não tivemos aumento, e a perda salarial foi de 35%. Então, estamos em um ano atípico, com duas negociações. Em março tivemos 9% de reajuste, mas temos que discutir novamente. Com a inflação desse ano, a perda continua em 30%”, afirmou o presidente do Fonacate, Rudinei Marques, que garantiu que as mobilizações e paralisações dos servidores devem aumentar em 2024.
Como também afirmaram os dirigentes da Fenasefe: “apesar deste duro golpe, o momento não é de esmorecer. Este fim de ano será um período para que as entidades sindicais e a classe trabalhadora se reorganizem, pensando em estratégias para a construção de mobilizações, paralisações e greves para que possam reverter este cenário adverso e buscar conquistas para os servidores”.
“Precisamos construir uma greve nacional em 2024, buscando recomposição salarial e reestruturação das carreiras. Só conquista quem luta! Seguiremos mobilizados”, afirmaram os diretores da entidade.
A próxima reunião com o governo, para negociar uma proposta de reajuste para o funcionalismo em 2024, está marcada para hoje, segunda-feira (18).
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