Presente em 375 municípios paulistas, a SABESP é a segunda maior companhia de saneamento da América Latina. Uma empresa de economia mista, em que o Estado detém 50,3% das ações, passou a ser a “menina dos olhos “privatistas de Tarcísio, do Republicanos, o governador do mercado.
E no dia, 6 de dezembro, atropelando comissões e audiências públicas, foi votada e aprovada apenas pelos parlamentares governistas, visto que a sessão foi interrompida pela truculência da PM que jogou gás de pimenta, agrediu e prendeu manifestantes, com isso, parlamentares da oposição se retiraram do plenário.
Há tempos vimos esse processo ser desencadeado no governo de Bolsonaro, com a aprovação, da lei nº 14.026/2020, que tem a principal tarefa de viabilizar a privatização do setor de saneamento no Brasil no atacado. Esse novo marco, já em vigor, desmantela o saneamento público e favorece a criação de um modelo privado baseado na lógica do modelo energético, não levando em conta que trata-se de um setor, fundamental para a manutenção da soberania nacional, a exemplo da necessidade de um projeto de reindustrialização, que encarece o valor da produção, desmontando e enfraquecendo a competividade da indústria nacional.
O Brasil é um território muito favorável para a disputa pelo controle mundial da água, principalmente por ser onde existe a maior fonte de água potável do planeta. Possui os maiores rios, aquíferos, bacias hidrográficas e uma das maiores indústrias de saneamento do mundo, que propicia um espaço altamente lucrativo para o capital. Grandes grupos econômicos, empresas, fundos de investimento e bancos, são hoje os que disputam os negócios da água.
A ALESP – Assembleia Legislativa de SP, aprovou com 62 votos a favor e 01 contra, dos 94 deputados e deputadas, o Projeto de Lei 1501/2023, do governador do Estado, privatizando a Sabesp, sem explicar ou justificar por que privatizar uma das maiores empresas de saneamento do mundo. E as consequências dessa apressada e nefasta privatização será a população paulista, principalmente a parcela de baixa renda, sofrer com o aumento de tarifas e a precarização dos serviços.
A CUT – Central única dos Trabalhadores, ao mesmo tempo que repudia a truculência policial contra trabalhadores e trabalhadoras do setor e a população presente, reafirma sua posição contrária à privatização de um serviço público essencial e um direito humano universal, que é a água. E se coloca ao lado de todos e todas que continuarão a luta pela reversão desse processo, inclusive judicialmente. Mais ainda, exige a imediata libertação dos manifestantes presos. Não vamos deixar São Paulo tornar-se o estado onde “de dia falta água e de noite falta luz”.
Quando o lucro é prioridade, o que é essencial, o bem-estar das pessoas, o acesso democrático aos serviços, nunca será prioridade. O governo de SP deu essa demonstração ao privatizar a SABESP, atendendo a ganância neoliberal que despreza a classe trabalhadora.
Não à privatização da Sabesp, patrimônio e orgulho do povo paulista! Água não é mercadoria. É bem essencial. É vida!
Direção Executiva Nacional da CUT
07 de dezembro de 2023
Portal CUT