Reunidos em assembleia na sede, em Brasília, e mobilizados, servidores da Funai deram um ultimato ao órgão nessa segunda-feira (13). Sob protestos e pedidos da saída do presidente Marcelo Xavier, a categoria discute o início de uma greve para buscar o atendimento de suas reivindicações. Ainda sem informações oficiais do paradeiro do servidor da Funai, o indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillip, os servidores apresentaram três reivindicações para serem atendidas imediatamente pelo órgão. Nessa terça (14), um ato em frente ao Ministério da Justiça e Segurança Pública está agendado para seguir cobrando respostas do governo Bolsonaro.
Entre as demandas imediatas está a exigência de uma declaração a ser publicada no site da Funai, assinada por Xavier, com uma retratação pela difamação e inverdades em declarações públicas sobre o caso de desaparecimento de Buno e Dom. Já está comprovado que não houve qualquer ilegalidade na conduta de Bruno. O servidor está licenciado.
A categoria ainda cobra o envio imediato de forças de segurança pública com objetivo de garantir a integridade física dos servidores da Funai que atuam na região onde Bruno e Dom desapareceram. Além disso, cobram o envio de uma força tarefa até a região para garantir apoio aos servidores lotados no Vale do Javari.
Além das reivindicações urgentes, a categoria denuncia o descaso e desmonte do órgão e cobra reivindicações já apresentadas em reuniões realizadas nos dias 9 e 13 de junho. Diálogo e negociação seguem sendo buscandos com representantes do órgão, mas o desgaste e cansaço com o verdadeiro descaso do governo Bolsonaro estão presentes nos relatos da maioria. Casos de violência e conflitos com servidores sofrendo clima constante de ameaça são frequentes.
Entidades representativas dos servidores da Funai, entre elas a Condsef/Fenadsef, Sindsep-DF, Indigenistas Associados e Ansefe, cobram ação rápida do governo nas buscas a Bruno e Dom, segurança aos servidores que atuam na defesa dos territórios indígenas, fortalecimento de políticas públicas e proteção dos povos originários.
Confira a íntegra da carta enviada ao presidente da Funai, Marcelo Xavier
Condsef/Fenadsef