A legislação e o ano eleitoral restringem o espaço para atualizar salários de servidores públicos a um aumento linear de 5%. A afirmação foi feita pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
“A inflação acumulada nesse ano foi de 5% até agora. É possível repor o funcionalismo [com a inflação] desse ano? Sim. É possível. Até 5% dá. Essa é a conversa hoje”, disse o ministro após painel do Fórum Econômico Mundial, em Davos.
Guedes negou a possibilidade de um reajuste superior à inflação. “É por lei. Em ano eleitoral, você só pode dar [reajuste] linear e até a inflação. Não é uma coisa filosófica. O presidente gostaria de aumentar para os policiais? Não pode ser diferenciado. É ano eleitoral”, explicou.
O ministro reconhece que há pressão de categorias para reajustes superiores, mas a legislação impede qualquer aumento diferente — independentemente da categoria.
Guedes citou também que, diante da situação econômica gerada pela pandemia e guerra na Ucrânia, é comum ocorrer perdas de renda. “Quando há uma guerra, as pessoas perdem um pouco. Todo mundo perdeu, no mundo inteiro”, disse, ao comentar que, agora, o importante é entender o que é possível fazer à frente com os salários.
Nos últimos dias, o presidente Jair Bolsonaro voltou a citar categorias que reclamam por reajustes maiores, como policiais federais e agentes penitenciários. Na live semanal nas redes sociais da semana passada, o presidente mencionou algumas dessas categorias, mas disse que o governo não tem dinheiro para aumentar salários além dos 5%. Explicou, porém, que o “martelo não estava batido”.
CNN Brasil