A semana de Jornada de Lutas convocada pelo Fonasefe culminou com uma marcha nessa quinta-feira (28), que reuniu em Brasília caravanas de servidores de todo o Brasil. Em diversos estados houve atos, protestos e paralisação de atividades em um Dia de Lutas por uma recomposição salarial emergencial. A vigília permanente instalada em frente ao Ministério da Economia ganhou reforço, mas não foi suficiente para fazer com que o governo Bolsonaro atendesse a reivindicação de instalação de um canal efetivo de negociações com representantes do funcionalismo.
O Fonasefe protocolou mais um pedido de audiência que não foi acatado até o fim do dia. O fórum lamentou ainda que a agenda cultural programada para às 18h em frente ao Museu Nacional precisou ser cancelada por questões burocráticas junto à administração pública e será remarcada.
Pressão deve continuar
Nesse cenário de incertezas é fundamental que servidores fortaleçam a unidade e mobilização em torno da luta por uma reposição salarial emergencial. As greves já em curso devem continuar e assembleias permanentes nos estados vão seguir debatendo a adesão de novas categorias e ampliação do movimento.
“A história nos mostra que só nossa luta e nosso poder de mobilização nos garantem. A luta que a gente perde é a luta que a gente não faz”, aponta Sérgio Ronaldo da Silva, secretário-geral da Condsef/Fenadsef que representa 80% dos servidores do Executivo Federal, entre ativos, aposentados e pensionistas. “Só na luta, na mobilização, na pressão, no fortalecimento das greves a gente vai arrancar recursos que governo está escondendo”, reforça.
Inflação não para
Em entrevista coletiva na semana passada, o ministro da Economia, Paulo Guedes, chegou a citar o dia 1º de julho para um possível anúncio oficial sobre reajuste dos servidores públicos federais. Mas entre idas e vindas e diferentes declarações, o fato é que o governo Bolsonaro não apresentou nada de concreto para o funcionalismo.
Avanços nesse cenário só serão possíveis se a categoria ampliar seu processo de mobilização. Enquanto isso, a inflação não para de assustar e provocar a perda do poder aquisitivo da população brasileira.
Os servidores seguem demonstrando insatisfação com os 5% ventilados pelo governo Bolsonaro para um reajuste linear. A maioria está com salários congelados há mais de cinco anos acumulando perdas salariais superiores a 40%. Só no ano passado a inflação superou os dois dígitos e nos três primeiros meses desse ano bateu novos recordes. Em março a alta dos preços foi a maior para o mês desde o início do Plano Real. A prévia para abril, segundo o IBGE, já subiu para 1,78%.
Não é mais possível suportar a falta de diálogo, conviver com o aumento da inflação, a falta de investimentos no setor público, o congelamento e o arrocho salarial imposto por esse governo. Em ano eleitoral não podemos nos deixar levar por mentiras e muito menos por promessas. Seguiremos firmes e em luta até sermos atendidos.
Condsef/Fenadsef