O índice para repor a inflação dos três anos de Bolsonaro é de 19,99%, conforme documento protocolado no dia 18 de janeiro no Ministério da Economia, com pedido de abertura iminente de negociação. Mas até o momento, a única resposta que os servidores tiveram do governo Bolsonaro foi o silêncio.
A última negociação em torno do reajuste salarial do funcionalismo público aconteceu em 2015, durante a gestão da ex-presidenta Dilma Rousseff. Depois disso, as negociações foram encerradas e os salários, da massa dos servidores, ficaram congelados. São cinco anos sem reajuste para a grande maioria dos servidores federais. E com o retorno do fantasma da inflação, eles estão, na verdade, sendo puxados para baixo.
Em 2021, os salários perderam 10,06%: a gasolina aumentou, a energia elétrica também, assim como o gás de cozinha, o etanol, além dos alimentos e vários produtos.
Mas Bolsonaro continua ignorando os servidores. Enquanto isso, o seu orçamento destinou 37,6 bilhões de reais para emendas parlamentares, das quais 16,5 estão no “orçamento secreto”. Também reservou 1,9 trilhão para refinanciamento da dívida (banqueiros). E em 2021, graças ao aumento consecutivo dos combustíveis, a arrecadação aumentou 17,35%! Corrigido pela inflação, o valor representa R$ 1,971 trilhão.
Ou seja, só não virá a reposição inflacionária dos salários se o governo não quiser concedê-la. “Importante destacarmos que, se não fecharmos um acordo até o próximo dia 4 de abril, a próxima possibilidade de reposição salarial é somente em 2024, pois um governo em fim de mandato não pode deixar reajuste pendente para o primeiro ano do mandato seguinte. Por isso temos que nos unir e agir o mais rápido possível”, comentou o secretário-geral da Condsef/Fenadsef, Sérgio Ronaldo.
No dia 16, haverá o Dia Nacional de Mobilização, Paralisação e Greve dos Servidores Públicos Federais, que contará com manifestações nas ruas e locais de trabalho das capitais e cidades do interior de diversos estados brasileiros, além de um grande ato em Brasília e mobilização nas redes sociais.
Nesse dia será dado um ultimato ao governo Bolsonaro. A partir desta data, o governo terá sete dias para atender às reivindicações dos servidores. Caso não haja negociação e fechamento de um acordo até o dia 23 de março, deverá ter início uma greve geral por tempo indeterminado.
Condsef/Fenadsef