Informes sobre o andamento da Reforma da Previdência e os reflexos de uma possível aprovação do projeto na vida do trabalhador foram os assuntos predominantes na primeira assembleia geral dos aposentados e pensionistas promovida pelo Sindsep-AM em 2018. O evento, também alusivo ao Dia do Aposentado, aconteceu nesta sexta-feira (26), no auditório do Sindipetro, localizado na rua Bernardo Ramos, Centro, ao lado do Paço Municipal, com a participação de filiados de diversos órgãos da base sindical.
Conduzindo os trabalhos, na mesa diretora, estiveram o secretário de finanças do Sindsep-AM, Menandro Abreu, e o secretário de aposentados e pensionistas, João Ferreira Leite, mas a assembleia também foi prestigiada por outros membros da diretoria. Entre eles o secretário de filiação e assuntos do interior, Adminildo Lima dos Santos, o secretário de administração, Jorge Luiz Ramos Lobato, o secretário de formação política e sindical, Gleig Corrêa de Sá, e secretária adjunta de aposentados e pensionistas, Maria Conceição dos Santos Silva.
Durante sua explanação, Menandro Abreu chamou a atenção para os ataques brutais que os servidores públicos vêm sofrendo do atual governo, primeiro com a emenda constitucional nº 95/16, que congela os investimentos públicos em mais de 20 anos, depois a Reforma Trabalhista (em vigor desde novembro de 2017) e agora com a Reforma Previdenciária, em tramitação no Congresso Nacional.
“Estamos sendo bombardeados por todos os lados. O governo golpista não cansa de atacar os servidores públicos e jogar nas costas a responsabilidade pelos desmandos econômicos e políticos do país”, comentou, ressaltando a importância do trabalho que o sindicato faz no sentido de tentar manter os direitos dos servidores.
“Por desconhecimento do trabalho que fazemos, alguns dos servidores deixam de ser associados e os novos não querem se filiar, mas muitos dos benefícios conseguidos ao longo desses anos são frutos de uma luta diária dessa instituição”. Abreu lembrou ainda o quão maléfica para os servidores é a terceirização (13.249, de 31 março de 2017).
“Tal lei acaba por não permitir que concursos públicos sejam realizados e assim lotam os órgãos públicos com prestadores de serviços contratados com remuneração abaixo da média e sem nenhuma força política, sem nenhuma representatividade”, falou destacando a importância de se fortalecer as entidades sindicais.
“É por meio do sindicato que o trabalhador tem alguma chance de dialogar com o patrão, embora, após o impedimento da presidenta Dilma, as portas do governo tenham-se fechado para nós. Mesmo assim, continuamos fazendo nosso papel, para manter os benefícios conquistados em anos de luta. Tanto que em fevereiro vamos lançar uma nova campanha salarial”.
Também conforme o secretário Abreu, os servidores acumulam perdas de mais de 60%, sem falar que a última negociação contemplou apenas uma mínima parte da categoria na base do Sindsep-AM. O reajuste, aliás, está sob judice, visto que o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu a tramitação da Medida Provisória que adiava para 2019 o pagamento da parcela, marcada janeiro deste ano.
A referida MP também aumentava de 11% para 14% a contribuição previdenciária de servidores federais que recebem acima de R$ 5,3 mil mensais e integram o Regime Próprio de Previdência Social (RPPS). O secretário João Leite também lembrou das lutas que o sindicato travou desde a sua constituição e lamentou que muitos colegas desconheçam o trabalho realizado.
“Companheiros, sindicato é um mal necessário. A contribuição pode parecer ruim às vezes, mas vocês precisam saber que dessa forma o servidor, o aposentado e o pensionista estão amparado”, frisou. Felicitações Já o secretário de filiação, Adminildo dos Santos, destacou o fato de agora também fazer parte da classe dos aposentados e lembrou da importância de, mesmo nessa condição, os companheiros continuarem ativos na militância do sindicato. “É uma honra participar de um evento em homenagem aos aposentados. Apesar de tudo não podemos desistir de sonhar, por isso espero que essa data não seja esquecida e que tenhamos forças para lutar por dias melhores para o nosso país”.
Para Ildemar de Oliveira (72), há mais de 10 anos aposentado pela Funasa, a reunião foi proveitosa, uma vez que ficou claro que o sindicato luta pelos interesses dos trabalhadores. “Em vista das reformas com as quais nos deparamos hoje, logicamente o serviço público perde, principalmente por conta da terceirização, ferramenta que retira a oportunidade de realização de concursos públicos e dilui o valor dos proventos, então é preciso continuar lutando”, comentou. Ao final da assembleia foi feito um sorteio de brindes para os presentes e logo depois servido o café da manhã de confraternização pelo Dia do Aposentado, celebrado dia 24 de janeiro.