Trabalhadores de todas as categorias públicas e privadas, bem como integrantes de movimentos sociais e comunitários, ocuparam as principais vias do centro de Manaus na tarde desta sexta-feira (10) para protestar contra a reforma que lhes tirou vários direitos historicamente conquistados. O protesto, em adesão ao Dia Nacional de Lutas, Mobilizações e Paralisações, realizado em todo o país, iniciou pontualmente às 16h, na Praça da Polícia.
Para tentar barrar a disposição dos trabalhadores em marchar contra a Reforma Trabalhista, agentes da Prefeitura de Manaus guincharam alguns carros de manifestantes que estavam estacionados na 7 de Setembro, mas nem isso tirou o ânimo das categorias.
‘Armados’ com muitas faixas e cartazes denunciando os traidores do povo, os trabalhadores desceram a 7 de Setembro em direção à Eduardo Ribeiro, por onde subiram até à Praça do Congresso conclamando à sociedade a sair da inércia que afunda cada vez mais o Brasil na lama da corrupção. Até um caixão simbolizando o luto dos trabalhadores pela morte da democracia fez parte da passeata. Nele, uma foto do ilegítimo presidente Michel Temer (PMDB), que todos os dias mata um pouco mais a esperança dos brasileiros por dias melhores.
O caixão de Temer foi queimado em praça pública, juntamente com as fotos de parlamentares do Amazonas que votaram a favor da Reforma Trabalhista que alterou mais de 100 artigos da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), como Pauderney Avelino DEM), Silas Câmara (PRB), Átila Lins (PSD) e Alfredo Nascimento (PR). “É hora da união de todas as classes trabalhadoras em favor da democracia e dos direitos que nos estão sendo roubados. Precisamos reagir e não deixar que os traidores do povo avancem com os ataques que minam nossa força de trabalho”, disse o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Federais do Amazonas (Sindsep-AM), Walter Matos, em sua fala durante a passeata.
Os servidores públicos, aliás, foram um dos braços fortes do protesto, que contou com funcionários de todos os órgãos federais com sedes em Manaus. Outras categorias com destaque na marcha foram os metalúrgicos, professores, petroleiros, urbanitários e profissionais da saúde e educação em geral. Alguns políticos da esquerda tradicional também se fizeram presentes ao ato dos trabalhadores, que cobraram lucidez dos eleitores para as eleições do ano que vem, lembrando que trabalhador vota em trabalhador e não em empresário que financia a retirada de direitos. O protesto finalizou por volta das 19h com as falas dos representantes das centrais sindicais que convocaram os trabalhadores para o ato.