Em live via redes sociais, foi lançado nesta quarta-feira (11), em Manaus, o Fórum em Defesa dos Servidores e dos Serviços Públicos no Amazonas, cujo objetivo é unir forças entre as entidades que representam a categoria contra os ataques sistemáticos do Governo Federal.
O Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Amazonas (Sindsep-AM) é uma das entidades que apoiam a inciativa, juntamente com a Associação dos Docentes na Universidade Federal do Amazonas (Adua), Sindicato Nacional dos Docentes de Instituições de Ensino Superior (Andes), Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Superior do Estado do Amazonas (Sintesam), Sindicato dos Servidores da Justiça Eleitoral no Amazonas (Sinjeam), Sindicato dos servidores do Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região e da Justiça Federal do Amazonas (SitraaAM/RR) e Movimento vem pra Luta pela Educação.
Além de intervenções de representantes das entidades que compõem o Fórum, o lançamento contou com palestras de especialistas que debateram os malefícios Reforma Administrativa (PEC 32/20), focada no desmonte do serviço público brasileiro.
Luta e união
A professora da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Kátia Vallina, representante da Adua, atuou como mediadora dos debates. Ela comentou que o lançamento do Fórum representa a retomada da organização da luta contra as propostas do governo federal danosas à população. “Nosso objetivo enquanto Fórum é integrar e aglutinar entidades representativas do serviço público federal, estadual e municipal e entidades da sociedade civil dispostas a enfrentar o ataque aos direitos sociais”, destacou.
Coordenador geral do Sintesam, Francisco Viana afirmou que o relançamento do Fórum é necessário porque as entidades precisam estar articuladas para fazer o enfrentamento a esse ‘desgoverno’. O representante do Sinasefe, Renildo Azevedo, também compartilhou do mesmo pensamento e ressaltou que essa iniciativa garante a união de forças das entidades.
Já o presidente do SitraAM/RR, Luiz Cláudio Correa, destacou que a PEC 32/20 é prejudicial não apenas aos servidores, mas a toda sociedade, pois estraçalha o serviço público, instituindo a ‘rachadinha’ como método de inserção no setor, o chamado ‘apadrinhamento’.
“É a volta do ‘trem da alegria’, a redução de investimentos em educação, saúde, justiça e qualidade de vida da população”, comentou, enfatizando que as entidades que integram o Fórum devem fazer frente à máquina de comunicação do governo, que se utiliza de notícias falsas para fazer com que a sociedade considere os serviços públicos como os ‘grandes vilões’ dos problemas enfrentados pelo país.
A representante dos movimentos sociais, Gleice Oliveira, enfatizou que o papel do Fórum é fundamental para enfrentar esse governo que quer cada vez mais explorar e oprimir a categoria.
Palestras
O grande debate da live live de lançamento do Fórum ficou a cargo do diretor de documentação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antônio Augusto de Queiroz (mais conhecido como Toninho do Diap), e do advogado e assessor jurídico da Federação de Sindicatos de Trabalhos Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra), Guilherme Zagallo.
Conforme Toninho do Diap, a reforma administrativa não se refere a um ato isolado. Na verdade, faz parte de um contexto mais amplo, que tem como objetivo reduzir a importância do Estado e valorizar a do mercado. “É um completo desmonte da administração pública. Uma reforma com essa amplitude não pode ser feita de modo atabalhoado, apressado, e sem o debate com aqueles que serão afetados”, pontuou.
Para Zagallo, a PEC causa um estrago difícil de consertar e vem com o objetivo de terceirizar o serviço público. “Se essa reforma for aprovada, vamos ter uma viagem no tempo e voltar para antes da Constituição de 1988. É um projeto de destruição do serviço público brasileiro”, observou.